terça-feira, 13 de maio de 2014

É que eu sou filho único...


É que eu sou filho único, e filho único não culpa ninguém, se o vaso quebra, a culpa é minha, eu derrubei. Não sou de mimos, tenho até minhas carências, mas não muito mimo, apesar de mimar muito. 

Retribuo o carinho que recebi a vida inteira ao próximo com educação e respeito, mas nem sempre. Porque ninguém é bom o tempo todo. E de bom mesmo, eu tenho pouco, sou mais esforço à pura bondade. Ao menos eu tento.

É que eu sou filho único, e filho único é mal acostumado, eu não quero só o quarto, eu quero o mundo.

Eu quero muita coisa ao mesmo tempo, eu perco o foco por tanto querer, mas eu tento. Ao menos tento.

É que além de filho, eu sou único ser, não há outro como eu, nem como você, claro. Somos únicos. Não há ninguém com tantos defeitos mesclados com qualidades, derivados de princípios, índole e gênio oscilante como eu, nem como você, claro. Somos únicos.

Mas ser único não é ser pouco, nem fraco. Pelo contrário, ser único é ser grande, significante, ser único não é ser só. 

Ser único é ser extinto, e o extinto é precioso, é joia rara. 
Ser único é significar muito na vida de alguém, e quanto mais cativante for, mais valioso será.

O único precisa de únicos para sobreviver. 
E nem mesmo um filho único vive sem irmãos.


Mariano Sá

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