terça-feira, 13 de maio de 2014

É que eu não confio num homem que não bebe

(Cena do filme E aí, comeu?)


Lembro-me bem, no dia que uma grande amiga chegou para me contar do seu novo "boyzinho".

"Mari, to quase namorando! Ele é muito gente boa, estudioso, trabalhador, educado, gentil, cavalheiro, não bebe..."

Parou! Disse-lhe puto. Que merda é essa? Indaguei mais puto ainda.

Não bebe? Quem disse que isso é qualidade para um homem, menina?

Antes de ler o restante, entenda. Se você tem problemas com a bebida, se ela te torna alguém pior, se ela realmente faz muito mal a sua saúde,  não se inclua nesta singela teoria de alguém que acredita que a bebida é um bem para a humanidade.


Voltando a minha ingênua amiga...

Veja bem, querida. Um homem que não bebe, não bebe nunca, nem um golinho, não é passível de confiança.
Àquele que não desfruta de uma embriaguez, poderá ser, por toda vida, um tremendo dissimulado.
E nunca irás descobrir, de vero, o que está por traz daquele indivíduo.

O homem que bebe, num momento de vulnerabilidade, num descuido da embriaguez, numa centelha que solta as emoções misturadas ao álcool, irá se revelar. Mostrar a cara limpa, mostrar do que realmente é capaz. Se é cavalheiro ou um grosseiro. Homem ou rato. Amigo ou filho da puta.

Eu, graças a Deus, tenho os melhores amigos que a vida pôde oferecer. E venho acumulando mais. Venham, nobres, se cheguem que tem sempre um copo a mais
nessa mesa farta de boemia, carinho e cerveja.

Meus melhores amigos, os que são verdadeiros irmãos, todos bebem. "De cum força!" a gente não alisa não. No entanto, continuamos os mesmos. Só que bêbados, claro.

Muito suspeito, Jesus, suprema santidade, transformar água em vinho.

Ora, cara amiga, bebida é um lubrificante social. Encoraja os homens, desinibe as mulheres e desmascara mascarados. Isso antes de Cristo, viu?
Faz teeempo!

Das grandes amizades que tenho, boa parte fiz bebendo e/ou jogando bola, e uma coisa acaba levando a outra.

Vovô tomou uma, papai também, e cá estou eu, dando continuidade a esta herança etílica.

Vale ressaltar, que essa teoria, só vale para os homens. Mulheres não. São e serão sempre misteriosas, difícil de entender.

Homem é mais fácil, mais burro e tem uma relação afetiva com a bebida mais intensa.

Tem um cara aí, Thomas Quincey, que eu, sinceramente, não sei quem é (perdoem minha ignorância), que disse:

"É absurdo dizer, conforme a linguagem popular, que alguém se esconde na bebida; pelo contrário, a maioria esconde-se na sobriedade."
Não é mais óbvio?

A clássica de Vinicius de Morais, é certeira.
"O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado."
Porque acaba por ser, de verdade.

Por isso, outro homem falou:
"Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim."
Isso, é saber beber.

Amiga minha, que seu próximo namorado beba, e bêbado demonstre o quanto te ama.

Nobres amigos, que não nos falte apetite. Brindemos à amizade, brindemos à própria cachaça, à casa, à vida, aos amores e à família.

Tem coisas que Freud só explica bêbado.

tim-tim. ;)


Mariano Sá 

Um comentário:

  1. Que bela bosta de vida esta a de saber que só se pode viver com a muleta do álcool.

    ResponderExcluir