terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Dezembro/2016









Eu tenho lido lamentos de um 2016 mal sucedido diariamente em minha time line, e não consigo engolir macio, tamanho chororô. Tragédias à parte, política à parte, olhem para si, meus amigos chorões que tanto riram nesse ano. Pô, foi bacana! Óbvio que não prego o egoísmo de olhar apenas para o próprio umbigo sem se importar com os demais, longe de mim. Minha “esquerdopatia” não permite.  Mas a saúde, as amizades, a diversão e o amor, bendito amor, foram aliados em 2016, e isso já é um up danado para elevar as estrelas desse ano.

Creio que tudo vem de um pouco de olhar otimista. É tudo à base de crença e fé: tudo vai dar certo! Pegue os fragmentos de coisas boas que aconteceram nesse ano e te aproximaram cada vez mais do mais esperado e olhe para isso como evolução. Deu pra sacar? 

Tipo, seja lá o que você almeja, ligue os pontos que te aproximaram desse objetivo, mesmo que não tenha alcançado este por inteiro. Degraus, meu caro. Foque na subida. Tamo junto!
A gente sabe que no engenho dessa vida, rapadura é doce mas não é mole. Então pois, jovem, amoleça o coração e seja paciente, porque afobamento é amigo da depressão, em tempos que rivotril é cocada, foca na dieta fitness pra deixar a alma sarada.

Nem quero tocar no assunto política porque para alguns esse tema pesa uma tonelada e o papo aqui é reto, direto e leve. Então só um #foratemer pra espantar a mazela e trazer esperança para um ano novo com surpresas boas. Já que rolou tag neste parágrafo, deixa-me invocar outra aqui porque vai que cola, né? #voltabelchior o mundo anda cheio de tema bacana pra tu cantar e essa espera já tá demorada demais.

Então fica assim mesmo, à base de gratidão e otimismo, um obrigado 2016, por tudo, inclusive pelas derrotas – sina de alvirrubro – e um desejo de um 2017 inspirador, menos trágico e como o mesmo nível ou maior de diversão, menos que 2016, não aceito.

No mais, eu quero é que esse texto torto feito lábio beije a face de vocês!

Feliz Natal, feliz ano novo, feliz vida! É nois!

Mariano Sá.

sábado, 7 de maio de 2016

Transpor amor




Só pra contar mesmo, que ontem fui ver Dilma, meio que num tom de despedida  - ao menos por 180 dias – já que o golpe tornou-se evidente, porém, a luta existe, meu grito contrário persiste. Mas nem é disso, nem é isso que quero contar. Quero falar da obra. Fomos ao encontro da presidenta numa solenidade de entrega de um dos trechos da obra da Transposição do São Francisco numa zona rural lá de Umãs, quase Cabrobó – terra da massa, Lirinha.

Velho, vi algo surreal. Deixamos o carro e caminhamos quase uns 3km até chegar no local da apresentação. É uma estação elevatória, gigante, numa estrutura mais impressionante do que o hotel sete estrelas famoso de Dubai. É uma realidade pouco vista e muito criticada por aqueles que fazem da crítica ao governo um hobby.

Sim, havia água lá. Água transportada. Água do velho Chico que não faria curva ali senão por esta obra. Água que penetra as entranhas do sertão com intuito de aguar a vida, de matar a sede, de lavar a alma dos que se importam com quem planta e precisa colher.

Eu sei, brow, eu sei! Tolice minha cair nessa conversa fiada de que o governo se importa com as pessoas e a obra foi feita com a melhor intenção de beneficiar os que sofrem com a falta d’água e parará e coisa e tal. Eu sou tolo e talvez cego. Mas a água está lá, tá ligado? A parada funciona, tem gente até mergulhando nessa realidade molhada que inunda o que era seco e faz brotar a sensação de que existe amor ao próximo. Obrigado por quem se importa.

No caminho de volta comentei com Marise, sobre os trabalhadores que participaram dessa gigantesca obra e brinquei, com essa minha mania de cronista amador, de que a história de um desses peões, se encaixaria numa estrofe da música Cidadão de Zé Geraldo. Como a igreja, sabe? Como quem desfruta do que criou.

Tá vendo aquela água, moço?
Ajudei trazer pra cá
Hoje o milho e o feijão
Que aqui brota no meu chão
Vem desse meu regar
Ali sim, valeu a pena
Pois nem a seca plena
De sede irá me matar.

Fica aqui, Dilma, meu singelo registro, nesse textinho xucro, a minha imensa gratidão em nome dos sedentos, dos fracos, dos tolos que, como eu, carregam o otimismo no coração. Em nome das mães, dos 54 milhões e em nome do amor, por mim, você fica! Beijo.


Mariano Sá.