sexta-feira, 23 de maio de 2014

Desolado amigo


E lá vem você com esse delírio Olavobilaquiano de ouvir estrelas novamente.
Ora direis: - tresloucado amigo, perdeste o senso. Pobre homem de paixonite aguda.
Aos pés daquela novamente, ingrata mulher, que machuca além da alma.

Caro amigo murcho, sem um pingo de amor próprio. Não se ama, sem amar a si, inocente!
É jogar com menos um, é começar perdendo, é dar demais e receber a menor.
Nem se atreva a cortejá-la. Cada elogio teu, aumenta o abuso dela. Eu avisei!

Sensibilidade demais, virilidade de menos. Perdeu, play!  Elas querem a dosagem exata das duas coisas.
Afoga na danada da cerveja, dá menos dor de cabeça no outro dia - ressaca moral desgraçada do não correspondido amor. 

Eu avisei: vá devagar.

Foste nocauteado porque baixaste a guarda. Eu sei, eu sei, acontece. Mas reincidiste pela centésima vez. Te apetece sofrer, creio eu.

Vá lá, no décimo oitavo andar, de joelhos pelas escadas, como quem paga promessa, pedir perdão, pelo mal que ela te fez.

Ama teu time, menino. Dá mais futuro. Ama as quartas e domingos, pela TV ou arquibancada.

Que amar a quem não te ama, não dá em nada.

No mais, força, man! Força e uísque caubói!

Mariano Sá.






terça-feira, 13 de maio de 2014

Feliz dia das mães

(Eu e minha mãe, Fátima Sá)

Vive reclamando. Diz que ligo pouco, visito pouco e pouco me importo.

Do bordão do ano, te digo, mãe: Sabe de nada, inocente.

Nunca morei longe do teu acalanto até aquele 22 de outubro do ano passado, seria um divisor de águas para nós. Se estava na hora, não sei, nunca serei homem suficiente para viver longe de você. Nunca!

Lembro-me perfeitamente da sua cara de quem não estava nem aí, como quem queria me encorajar. Ao contrário de titia, que chorava feito criança, a cada peça de roupa que me ajudava a dobrar e pôr na mala. Era a primeira vez que saíra de casa. Aos 27 anos. Engraçado que nem ia para um lugar tão longe assim. Assim pensamos.

Eu dizia: “Salgueiro é bem aqui, virei todo final de semana”.

As lágrimas que segurei na frente das duas, molharam minha gravata durante quase todo o percurso. Próximo a Verdejante tive que me recompor, precisava chegar sorrindo no 1º dia do new job.

Sim, nós somos dramáticos. Mal de família.

Foi aí que percebi, que distância não se trata apenas de quilometragem. A distância começa logo cedo, de manhãzinha, quando acordo apenas com o despertador do celular, e não a sua voz que, por vezes, julguei tão irritante quando atrapalhava meu sono, e por ora faz uma falta danada. “Acorda Ninho!”

O despertador me dá mais que cinco minutos, a senhora não dava trégua. Devo minha educação à falta dessa trégua. A frase que mais ouvi por grande parte da minha vida, foi proferida pela senhora, sempre de manhã: “Mariano, acorda para aula!”

A distância se perpetua nas refeições diárias, sem teu tempero, sem tua presença na mesma mesa, isso é longe, mãe, muito longe.

Como tatuou em sua pele, uma querida amiga lá de São José do Belmonte, que hoje reside na terra do Tio Sam (longe da mãe): “there is no place like home” – não há lugar como nossa casa. A propósito, kisses for you, little big girl, Luíza Tiné. 
Hei de concordar com os dizeres da sua belíssima tatuagem, de fato não há.

No entanto, o referido lar, não tem nada a ver com logradouro. Dispensamos o CEP, rua, praça, São José do Belmonte. O verdadeiro lar é onde estão os nossos, onde habita o amor-mor materno, seja na Boa Vista, seja lá debaixo da Pedra do Reino, Dona Maristela quem dita daí, dona Fátima de cá.

À la Camargos: eu sei que ela nunca compreendeu os meu motivos de sair de lá, mas ela sabe que depois que cresce o filho cria asas.

Pois é, minha mãe, asas. Eu estou aqui tentando ser alguém, e ao mesmo tempo cuidando para nunca deixar de ser quem eu sou. Manter a essência da tua criação é manter o melhor de mim. Eu serei sempre a extensão da aba da tua saia, que te representa onde estiver, agindo com cautela para nunca te envergonhar.

Tardei a me apartar, diferente dos meu primos, do melhor amigo, de Marise, pessoas que saíram de casa ainda na adolescência, aprenderam antes de mim a lhe dar com a saudade, com a independência forçada, com o desapego que se faz necessário.

É preciso se acostumar com a saudade, pois um dia é só o que restará. Eu sei, já me roubaram alguém e um homem roubado nunca se engana.

Hoje passei o dia contigo, provavelmente não nos veremos nas próximas duas semanas, e eu vou esperar pra daqui uns quinze dias, trazer a roupa que ampara meu suor na labuta, para a senhora afaga-la com afeto e sabão em pó.

Vá desculpando a ausência, mas pode ter certeza que a qualquer momento seu telefone irá tocar, sou eu precisando de um conselho, da bênção, ou de uma grana a mais, caso me falte.

Findo com o clichê mais usado no mundo, igual escrevi na cartinha do colégio um dia:

“Mamãe eu te amo! Você é a melhor mãe do mundo!” 

Feliz dia das mães para senhora, para titia, para vovó e todas as mães.

Pois filhos nem sempre são únicos, como eu, mas mãe sempre é.

Do teu único filho,


Mariano Sá. 

Foi amor e tu nem viu.

(Recomendo o filme - Uma verdadeira história de um amor que não durou para sempre)


Falando em amores, caro Chico, estes serão sempre amáveis, bem dito em futuros amantes.
Preocupante os que subestimam suas próprias histórias amorosas.

Amor não tem roteiro, não segue um caminho traçado, não é taxativo. Não, obrigatoriamente, namora, noiva e casa. Amor é mais amplo. 

Está em cada história em que, de fato, fez seu coração acelerar.

Não é a especulação de se viver uma história de amor que frustra a história em si. Se ama quando ama, no ato, no sarro na praça, no beijo caliente, na noite sem dormir pensando no ser amado.

Amor é o que dele é feito, vivido, aproveitado e absorvido. É o que você tira do amor.
Amor nem sempre tem bodas. É preciso entender isso, para perceber que já viveu uma história de amor, mesmo quando se acha que não viveu.

Não se iluda com os contos de fadas, Alice. Puseram isso na sua cabeça e você acha que amor é aquele que vai até montar uma família, cachorro e casa de praia. Pare, véi! Na moral!

Amor foi aquele lá, que durou 15 dias, intenso e bem vivido. Que deixou saudades, apalpou o coração, além dos seios, e marcou. Pronto! Tá aí sua história de amor que a Bela Adormecida nem viveu.

Não, não quero banalizar o amor. Pelo contrário, quero elevá-lo e desvinculá-lo do clichê criado nas histórias infantis. Porque amor nem sempre vai de “era uma vez” usque “felizes para sempre”.

Do fim, Alice, ninguém escapa. Levarão seu amor pelos braços, nem que seja a morte.
Portanto, little mermaid, valorize suas histórias amorosas, as encare como histórias de amor, se de fato houve amor, sem precisar filhos, sem precisar ser Paulo Goulart e Nicette Bruno, apenas sua alma, coração e a pessoa amada.

No mais, pode desconsiderar esse texto, porque à la Sergio Vaz, digo cá: “Amar me parece coisa de profissional, e não para amadores como eu”.


Mariano Sá


É que eu não confio num homem que não bebe

(Cena do filme E aí, comeu?)


Lembro-me bem, no dia que uma grande amiga chegou para me contar do seu novo "boyzinho".

"Mari, to quase namorando! Ele é muito gente boa, estudioso, trabalhador, educado, gentil, cavalheiro, não bebe..."

Parou! Disse-lhe puto. Que merda é essa? Indaguei mais puto ainda.

Não bebe? Quem disse que isso é qualidade para um homem, menina?

Antes de ler o restante, entenda. Se você tem problemas com a bebida, se ela te torna alguém pior, se ela realmente faz muito mal a sua saúde,  não se inclua nesta singela teoria de alguém que acredita que a bebida é um bem para a humanidade.


Voltando a minha ingênua amiga...

Veja bem, querida. Um homem que não bebe, não bebe nunca, nem um golinho, não é passível de confiança.
Àquele que não desfruta de uma embriaguez, poderá ser, por toda vida, um tremendo dissimulado.
E nunca irás descobrir, de vero, o que está por traz daquele indivíduo.

O homem que bebe, num momento de vulnerabilidade, num descuido da embriaguez, numa centelha que solta as emoções misturadas ao álcool, irá se revelar. Mostrar a cara limpa, mostrar do que realmente é capaz. Se é cavalheiro ou um grosseiro. Homem ou rato. Amigo ou filho da puta.

Eu, graças a Deus, tenho os melhores amigos que a vida pôde oferecer. E venho acumulando mais. Venham, nobres, se cheguem que tem sempre um copo a mais
nessa mesa farta de boemia, carinho e cerveja.

Meus melhores amigos, os que são verdadeiros irmãos, todos bebem. "De cum força!" a gente não alisa não. No entanto, continuamos os mesmos. Só que bêbados, claro.

Muito suspeito, Jesus, suprema santidade, transformar água em vinho.

Ora, cara amiga, bebida é um lubrificante social. Encoraja os homens, desinibe as mulheres e desmascara mascarados. Isso antes de Cristo, viu?
Faz teeempo!

Das grandes amizades que tenho, boa parte fiz bebendo e/ou jogando bola, e uma coisa acaba levando a outra.

Vovô tomou uma, papai também, e cá estou eu, dando continuidade a esta herança etílica.

Vale ressaltar, que essa teoria, só vale para os homens. Mulheres não. São e serão sempre misteriosas, difícil de entender.

Homem é mais fácil, mais burro e tem uma relação afetiva com a bebida mais intensa.

Tem um cara aí, Thomas Quincey, que eu, sinceramente, não sei quem é (perdoem minha ignorância), que disse:

"É absurdo dizer, conforme a linguagem popular, que alguém se esconde na bebida; pelo contrário, a maioria esconde-se na sobriedade."
Não é mais óbvio?

A clássica de Vinicius de Morais, é certeira.
"O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado."
Porque acaba por ser, de verdade.

Por isso, outro homem falou:
"Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim."
Isso, é saber beber.

Amiga minha, que seu próximo namorado beba, e bêbado demonstre o quanto te ama.

Nobres amigos, que não nos falte apetite. Brindemos à amizade, brindemos à própria cachaça, à casa, à vida, aos amores e à família.

Tem coisas que Freud só explica bêbado.

tim-tim. ;)


Mariano Sá 

Modos de Macho, Caro Xico!



É que homem é assim mesmo, tá ligado? E dê graças à Deus.

Preste bem atenção no seu namorado, boyzinho, teu macho, seja lá o que for,
repare bem se na praia ele dá uma espiada na bunda da morena mais charmosa, tatuada, desfilando na passarela coberta pelos guarda-sóis da barraca de Pezão em Boa Viagem, Recife. Para não perder o costume, o belisque, mas fique orgulhosa, menina.
Tu tem um cabra macho do teu lado. Depois ele sorri desconfiado e tasca um beijo na sua boca. Esse é teu homem, porra!

Aquele lá que te deixa possessa com uma mensagem que chega no celular à meia noite cheia de segredo.

Aquele filho da puta que vai jogar bola com os amigos e depois fica enchendo a cara de cerveja e se atrasa para o vosso encontro.

Porque homem é isso, no Brasil e talvez no mundo inteiro! Tem que fazer raiva. Pergunta a tua mãe as presepadas do teu pai, pergunta a vó de vô nos tempos dele, tudo igual!

Ele vai errar porque homem é burro, mas vai chorar seu perdão. Afinal ele te ama e "não vai mais fazer isso". Porque homem tem disso também, promessas não cumpridas e sempre renovadas.

Homem tem que ter um quê de cafajestagem senão num é homem, porra!

Homem tem que omitir algo quando te conta uma estória, O-MI-TIR, não é mentir, homem que não omite é meio homem.

Homem ama, talvez mais do que vocês, talvez mais do que demonstre, talvez mais de uma mulher.

Porque no fim tu sabe que ele é teu, lábio, tato e coração. Que fala baixinho com voz esquisita quando estão a sós.

Que diz que ama quando está bêbado, ou sóbrio, ou errado. Que se dedica, que obedece suas ordens domésticas, que leva tua vó ao médico e teu poodle pra tosa.

No fim, entenda:

este ou o próximo, o gordinho ou o sarado, bebe, talvez fume, tem amigos, precisa estar com eles,
dá uma espiadinha noutra gostosa, mente/omite e, se for dos bons, joga bola e bebe cerveja depois da pelada.

Homem é isso, se você tem um assim, siga o conselho de Chico Buarque,
"encaminhe pros céus uma prece e agradeça ao senhor, você tem o amor que merece!"


Mariano Sá.

Carpe diem


Aí me pego pensando num mói de coisas bacanas que, sempre em maioria, nos acontece corriqueiramente,
e nos meros dissabores que, embora ínfimos, ofuscam todo e qualquer brilho cativante das coisas massas que vivemos diariamente.
Simples, porém, boas.

Que ninguém conta quantas vezes sorri ao dia, ou ganha um bom dia, ou um foda-se ironizado por um amigo, tornando tudo mais engraçado.

Menos ainda nossas produções diárias, por mais improdutivas que sejam, inundam nossos pensamentos e, de alguma forma, mesmo que torta,
nos indicam a evolução. Porque viver tem um tanto de elipse, falta algo e sempre faltará, só pra nos fazer buscar. Eis o propósito.


Seja no bom dia - mau humorado - do colega ou no dane-se irônico do mesmo, há positividade que precisa ser capitada. Capte, man!

Capte o lado bom das coisas que se disfarçam de ruins. É preciso rir do motoqueiro que ultrapassa pela direita e levar a lição de que
aquilo não se faz, até porque, xingá-lo é muito clichê, pow! E tu num tá aí pra ser igual a todo mundo, né não?

Faça um brinde com o copinho de café no trabalho, abrace o balconista desconhecido, chame a vendedora de "amor", e sorria.
Com sorriso tudo é mais fácil. Vá agora no espelho e faça um pedido com um semblante sério, você não vai se convencer.
Pós feito, faça-o sorrindo, e verás a diferença.

Faça uma piada sem graça, essa sim, pode até ser clichê, pode ser aquela que se diz quando te oferecem um pavê, ou a do quem é Mário.
Não importa, leve o sorriso, espalhe o seu e busque o alheio.

E tá ligado aquela fofoca, a cara feia, birras e críticas? RELEVE! Caso você consiga, me diga comofaz.

Porque, sinceramente, eu não sou assim o tempo todo. Ninguém é, mas tentar faz diferença.
Ser bom o tempo todo é difícil, mas se esforçar não custa. Tente, você pode ser sempre melhor do que já é!


No mais eu vou aqui pegar um cafezinho, dar um beijo na careca do colega e tentar produzir e rir. =)

Mariano Sá.

25 de fevereiro de 2014 - 5 anos de namoro

(Esse blog nasceu em 2009, contando o início da nossa história. Em 2014 a história continua e o blog renasce.)


"Aê bonita, vai pa tu!" - Veja aqui.

à la Jorge du Peixe, naquele show da Nação, lá no Marco Zero, que  tu tava comigo.
A canção? Canta um desejo meu, pois, sei que em breve, para después de doismiliquinze, por certo, te darei um prato de flores, para em seu ventre florir, amada minha. Que isso me faz lembrar que eu sou meio caranguejo, e tu, risoflora (Risoflora - Chico Science) em meus braços, a caminho da maloca.
“Não vou dar mais bobeira dentro de um caritó.”

Voaram cinco anos, nem sempre na velocidade dum boeing 767, voou ultraleve também, asa delta, carcará, só sei que foi pelos céus, meu céu.

Por terra lembro como se fosse ontem, nosso amor novo que qualquer CDU/CAXANGÁ/BOA VIAGEM, proporcionava um encontro, naquela parada perto da tua casa. Meu amor ainda é assim, do mesmo jeito.

Esse amor que superou distâncias curtas e longas. De Boa Viagem à Boa Vista, um pulo. Mirandiba à Capital, Calumbi à tua casa, de lá à Rosa Silva, nas raras disputas entre o meu amor pelo Náutico e por você, que a gente conciliava na arquibancada do todos com a nota.

Venha a distância que vier, que a gente aguenta. Até tudo ser da sala pro quarto.
Que o que eu entendo por ser meu, é tudo que eu quero te dar, Adelaide, tão Marise, que canta Mombojó - não vai se arrepender. Adelaide - Mombojó
Mas ainda caranguejeio, e perdoe-me pelos caritós, pois, na verdade, sou pouco antenado e há lama além do mangue.

Meu amor ainda tem sabor de beijo com gosto de clorofórmio nas ladeiras de Olinda ou no Recife Antigo, ali ao lado da bolsa de valores, no show de Lenine.
Até porque, carnaval é nossa linha de partida, começou lá, praticamente lá, numa quarta cinza nem tão ingrata assim. Lembra?

Meu amor ainda é especialista em Lasanha de microondas pra matar a larica-do-amor. Tapioca na Sé, missa na igreja da pracinha de Boa Viagem seguida de Pastel, Caldinho do máximo, saideira em Mariinha, Zita, SALVE, ZITA!!
É preciso ilustrar com a imagem daquela esquina que ajudou a escrever tal história, com H. Te amo, Marise e Zita! =**

Foi Valdinho quem falou: - Primo, ela é uma ótima pessoa.
Eu sei, eu sei, primo. Valeu a força. Deu certo, visse?

Pra falar em cinco anos, tem que ser assim, bagunçado, vai e volta no texto, pra eu lembrar que sou caranguejo, Risoflora. Aproveitando, perdoe-me, mô, pelos caritós, minhas antenas estavam sujas de lama.

Porque qualquer coisa acelera meu coração, mas só tu, bem, só tu me acalma, tu não dói, é como morfina, ou um baseado pra Bob, ou pra mim, tanto faz. Mera analogia a paz que tu me traz.
Que eu preciso de você e só em ti eu consigo encontrar um caminho, um motivo, um lugar pra eu poder repousar (,) meu amor. Fingi na hora rir - Los Hermanos

Cinco anos, e Marcondinho disse que não ia passar daquela primeira semana santa. Puff! Ele já vai pra segunda graduação e nós aqui. Oh nós aqui, Hollywood. Hollywood - Los Hermanos

Lamento, caro Rossi, mas meu grande amor não casará, senão comigo (Garçom - Reginaldo Rossi). Dez por cento pagos ao garçom que bem servi-la ao meu lado, com ou sem velas, em Lulinha ou no Famiglia Giuliano.

Amor que superou as quatro temporadas de The O.C. num colchão no chão da sala ou encolhidos no sofá torcendo por Ryan e Marissa, Summer e Seth. Se tu pegasse no sono eu saía de fininho, olhando pra vê se tu acordava, tão linda, mirandibamente linda, oh yes, Belch, oh yes! Brasileiramente linda - Belchior

Sabe aquela que é todas as outras juntas num só ser de Lenine? (Todas elas juntas num só ser - Lenine) És mais que ela, baby! Porque nem Risoflora de Chico Science, nem Kátia Flávia de Fausto Fawcett, nem Anna Júlia do Los Hermanos, meu bem, nenhuma continua nos meus planos.

Caranguejando melado na lama, mal aí, chuchu, pelo caritó. Talvez me pegue de novo, mas só uma vez, uma vez só em toda a minha vida, ou talvez duas, mas não mais que três.

Nosso vinho barato tá guardado pra gente comemorar esse vinte e cinco de fevereiro tão raro. Que cinco anos não são cinco encontros. Cinco anos é preciso ter amor, amor. AMOR!

Dois mil e quinze vem aí, e já ouço Alceu cantar (Anunciação), anunciando tua chegada, tu vens, tu vens, num dia branco de Geraldo Azevedo, se branco ele for, né? Pode ser cinza igual aquela quarta, na chuva ou no sol, no sufoco ou no sossego (último romance - los hermanos), te espero, meu bem, te quiero mucho, pequena, do corpo meigo com veneno que Rossi cantou sem nem saber. (Mon amour, meu bem, ma femme)

Feliz cinco anos, minha amada, coração, amor-mor da minha vida, novinha, gatinha, tchutchuca, neném, meu bem... Te amo, viu? De novo. Desculpas os erros, perdoo os teus, vem pra mais cinco comigo, vem! Vem pra 10, pruma vida inteira, vem pra mim, pra nossa casa, pros nossos filhos, vem sorrir ou chorar aqui comigo, vem com miojo ou parmegiana, vem pro tudo ou nada, meu bem, que contigo já é tudo do mesmo jeito. 

Deixa eu advogar na tua causa, e, por favor, me mantenha magro, minha nutri.
Faz assim que eu faço um gol de bicicleta que nem na estreia pelo GDC. Faz assim que André, Gilsinho, Léo e Tonhão vão apoiar. Pergunta a Ruy se eu num te amo. Ele viu eu bebo dizendo. Pergunta aos filhos de tia Marlene. Pergunta a mãe, amor! Eu te amo!  Diz a ela, tia! Diz a ela, vó! Eu amo, e como amo você e eles! Mas hoje elejo e elogio só você.

Faça assim que eu vou cantar arranhando o violão daqui de casa, todos os dias, pra tu ouvir as canções que citei nessa crônica melosa em seu favor, toco tudinho pra tu ouvir, até enjoar, igual aquela música que quando eu gosto ouço quinhentas vezes seguidas no carro, muitas vezes vai de Mirandiba à Arcoverde no repeat do som, e tu lá, “curtindo”, só pra me agradar, e as vezes acaba se agradando, eu vejo nos oim do meu amor (Cordel do Fogo Encantado), Lirinha, fala de amor pra gente também, com teu cordel, misera! Faz macumba pra esse amor chover (Cordel do Fogo Encantado) mais, além da pedrinha (Cordel do Fogo Encantado)e do lajedo, em Cabrobó, Floresta ou Belém de São Francisco Poeira - Cordel do Fogo Encantado – terra da massa e desse amor banhado pelo Atlântico e pelo Pajeú com a bênção do São Francisco.

Tá aqui meu romance pernambucano, estampado nas manchetes dos jornais. Quem viveu um grande amor, feliz é ou foi. Yo soy! Valeu aí, gata. É nós! Eu e tu, juntinhos, sem caber de imaginar até o fim raiar. Morena - Los Hermanos

Amor tem que ser assim, não o primeiro, mas o último, talvez. Meu último romance que dure até virar conversa de botas batidas (los hermanos), velhinha gagá namorando no sofá (Te esperando - Luan Santana)  – até tu, Brutus! Que pra falar de amor tudo vale, e o meu, cabe em três vidas inteiras, numa penteadeira, cabe nós dois nessa oração (A banda mais bonita da cidade). Toca aí nessa vitrola, Pablo, que com ela eu danço tudo! Te amo, meu bebê! (Fui fiel - Pablo do Arrocha)

Com amor,

Mariano Sá.

Quando passei no exame da Ordem




Preciso falar a respeito, é com imensa felicidade, que venho agradecer aos meus amigos que, com muito carinho, me parabenizam desde ontem pela minha aprovação na OAB. Estou lisonjeado com as mais de quatrocentas curtidas no meu post de aprovação, sem falar nas ligações, sms, whatsapp, abraços pessoalmente, enfim, a demonstração de carinho que recebo dos meus. Recebo pois, daria se ao contrário fosse. Torço pelos meus, e fico feliz a cada vitória de um amigo. Desejo o bem que quero para mim.

Quando, por outras vezes, perdi esta batalha, mesmo sentido, ficava feliz com a aprovação de um colega de sala, e desejava os mais sinceros votos de felicidades. Nesse caminho, sempre ouvi muito: “sua hora vai chegar!” E chegou, parceiro! Na melhor hora possível. Aquele clichê de que tudo tem seu tempo, é tiro e queda! E esse é meu tempo, quando mereci, quando amadureci, e quando tudo se encaminha na minha vida.

Se eu vou me gabar pela aprovação?? Ah vou, velho! Vou me gabar e muito! Por inúmeros motivos... Vou me gabar por fazer parte desta minoria que alcança esta vitória, vou me gabar por todas as vezes que chorei aqui, onde estou sentado agora, conferindo o resultado neste mesmo monitor que ora encaro, com os dedos trêmulos neste velho teclado cansado de digitar minhas lamentações, e olhar pra minha mãe que aguardava o resultado tão ansiosa  quanto eu e dizer: “não passei, mãe!”. 

Vou me gabar mais ainda, por aqueles que riram quando eu chorei essa derrota, porque riram, ao menos um riu. Eu lembro! E agora até agradeço, aquela zombaria me fez tão forte, que acredito que foi enviada por Deus. Eu precisava de um estímulo assim. Obrigado, camarada!


Ontem o meu quarto assistiu uma cena diferente, gloriosa, digna de merecimento. Dessa vez eu até chorei, mas não foi de tristeza, muito pelo contrário, foi de uma nova alegria que esperava há tempo, até então desconhecida em mim, e aqueles que por isso passaram, sabe do que falo, com palavras é difícil explicar, mas tudo se esclareceu quando vi no olhar da minha mãe um brilho de felicidade. Vencemos, MÃE! Agora sim, diga pra Deus e o mundo que seu filho é um ADVOGADO, que você o fez assim! Obrigado por ter sido tão dedicada à minha educação, por nunca me deixar perder o rumo, por ser presente e me amar tanto! O mínimo que posso te dar é um pouco de orgulho, recompensando todo o seu esforço!

Obrigado verdadeiros amigos e primos que por mim torceram, apoiaram e estiveram ao meu lado sempre. Sem me julgar, sem questionar, apenas apoiando e acreditando. Uma das piores coisas em reprovar a OAB, é que as pessoas pensam que você não estuda, e você lá, se esforçando, estudando, mas se o resultado não vem, sua credibilidade fica abalada. E não é assim! Conheço inúmeras pessoas, super preparadas, inteligentíssimas, esforçadas, que estudam dia e noite, e ainda não alcançaram essa meta. Pra estes eu digo: é uma questão de tempo, nobres guerreiros. Em breve vibrarei com vocês essa vitória também.

Dedico esta vitória em primeiro lugar a Deus, depois as quatro mulheres da minha vida, Minha mãe, minha tia Ana, minha Vó Terezinha que tanto orou, e minha amada namorada Marise. Vocês fizeram diferença em mim! Dedico também ao meu amado e inesquecível pai, que onde estiver está orgulhoso, pois seu filho seguiu um de seus passos, e também se tornou advogado. Não menos importante, meus primos e amigos verdadeiros, pois sem vocês, fraco sou, vocês me fortalecem e juntos seremos sempre mais fortes e imbatíveis! Agradeço a todos os professores, sem cometer a injustiça de citar nomes, pois muitos colaboraram diretamente para este resultado.

No mais, contem sempre comigo, como amigo e como advogado.

E como disse Renato Russo:
“E nossa história não estará pelo avesso assim, sem final feliz. Teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver, temos muito ainda por fazer, não olhe pra trás, apenas começamos! O mundo começa agora. Apenas começamos!” 

Mariano Sá.

Romance em Santa Maria



Às vezes eu chego cedo demais. Apresso-me, e algumas pessoas se agarram por mais tempo à vida do que seria esperável.” Disse a morte no Best Seller A menina que roubava livros.

Saíram para dançar naquela noite fria, que mais tarde aquecera. Eram jovens, eram muitos.
A noite, quase sempre, é aliada dos jovens, vilã de alguns, mas é na noite que o mundo é nosso, longe dos pais, longe de tudo que nos protege. Perto da intensidade, do perigo, dos tantos segredos que tantas vezes não são só nossos.

Muitos deram seu último beijo, viveram uma paixão sublime e imediata, tão curta quanto a própria noite. Pularam em roda abraçados com os amigos pela última vez, conheceram o amor da sua vida que, no entanto, não viveu. 

Talvez aquela garota que escapou, beijou o ex futuro pai dos seus filhos, e o telefone que trocaram, jamais irá tocar. 

Muitas histórias começaram naquela noite, por lá findaram ou, de lá continuarão, e terão inúmeras, Santa Maria vai render muitas histórias na prateleira dos dramas, terror e suspense, e, porque não, romance.

Eles eram tão livres, dançando, cantando, eram tão soltos. Num segundo se aprisionaram, sufocados numa espécie de inferno, sem oxigênio, só calor e dor aspirando a morte.  

Eles eram bons, só lutavam pela vida, e nesse estado de necessidade, qualquer corpo amigo era um chão, a vida gritava desesperada por uma chance, e a sua própria, vale mais que a alheia, por isso pisaram, puxaram e empurraram outros, apenas para prolongar aquela noite, e assim chegar em casa para ver os pais mais uma vez. E estes, coitados, nada puderam fazer, pois não podiam prever tamanha tragédia.

Diz o moço dos hermanos: “ e se eu fosse o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado?” 

Dispenso a previsão, é preciso viver pra descobrir, é preciso morrer pra ensinar. Porque em breve virão legislações alterando regulamentos que irão prevenir acidentes que se tornaram previstos, mas que em nada mencionará o imprevisível, porque este, amigo, é desconhecido. Afinal, quem diria, Brasil?

E ficou, um pouco da história, numa canção de Nando Reis que, ironicamente, se chama Santa Maria e fala de um romance que nasceu e morreu no mesmo lugar, e diz, lindamente:

“Depois você tirou as botas e completamente linda adormeceu, o sono é a poesia com um texto tátil, e assim foi que de Santa Maria nos separamos, e ela ali permaneceu, embarcamos pra fazer a última viagem, e eu me lembro do seu rosto, do seu gosto, dos seus dedos que entre os meus se confundiam e pareciam ser um do outro, entrou pra sempre dentro do meu corpo, o seu corpo se escrevendo em minha pele, e o amor nos perguntou, e nós dois dissemos que fim.”

E assim deixo, os sinceros sentimentos, de mais um jovem que se sujeita ao perigo sem saber de onde ele vem, que crê que é inatingível pelo mal, que gosta de viver e tem medo da morte.


Que Deus conforte todas as famílias das vítimas e refresque as tantas almas que já purgaram em sua partida. #Luto

Mariano Sá

Quando perdi um primo-irmão


(Última foto que tiramos juntos. Uns 2 meses antes do acidente. Edvaldo o primeiro da esquerda para direita.)

Dois mil e doze ia bem, tudo muito certo, tudo muito bom, a paz e a felicidade andava abraçada conosco e foi assim até ontem. 

Algo aconteceu, talvez uma desordem na engrenagem do caos, um freio brusco da vida, um descuido do anjo da guarda. Talvez um error in persona, é, deve ter sido, levaram o cara errado por engano.
Perdi um primo, mais que isso, um irmão. Aqui nada que vou escrever é um clichê pós óbito ou coisa do tipo, no que adjetivar meu primo Valdinho, relacionado à alegria, ainda é ínfimo para o sentimento que ele transbordava. 

Era impossível, repito, impossível conversar cinco minutos com ele sem uma gargalhada, por mais sério que fosse o assunto. Meu primo viveu tanto em tão pouco tempo, que parece que sabia que sua vida seria curta, se divertiu e divertiu muita gente, muito a gente.
Sempre nos cumprimentávamos com um abraço e um beijo no rosto, e entre nós, eu e seus irmãos, tão meus irmãos, trasnsborda(va) carinho. Quantas vezes, bêbados ou não, nos abraçamos pra dizer “eu te amo, meu primo! Você é meu irmão!” E como sua companhia era agradável, como era bom te ter por perto, como você vai fazer falta, meu primo.
Você estava tão feliz porque comprou seu carro novo, e eu cá, tão feliz pelo êxito na OAB, e você tão feliz por mim e eu tão feliz por você, e tudo dando certo em nossas vidas, e agora eu me dou conta que vai faltar um copo americano naquela mesa de bar pra brindar com você, que o telefone não vai tocar para eu atender já rindo dizendo: “Coooonta, meu primo!”
Conta primo, me conta num sonho o que aconteceu, conta qual foi a curva que tu se perdeu e flutuou naquele abismo, num voo único e sem volta, levando todos os sonhos, arrasando nossos corações, deixando tanta saudade, deixando nosso time incompleto, um desfalque que não tem substituição, nem nunca terá!

Eu estou de coração partido, há pouco me dei conta que o fato de nunca mais te ver pessoalmente, digo, fisicamente, é uma realidade. Eu lembro desse sentimento de perda, e agora sinto novamente, nunca mais vi meu pai, mas Deus me proporcionou alguns poucos, mas lindos sonhos com ele, que pareciam encontros, e espero sonhar contigo, dar aquele velho abraço, dizer que te amo, que tu é meu irmão!
Hoje ergui teu caixão com a mesma mão que tanto apertou a tua, com a mesma força que estava a tua disposição, desses braços fracos, com esse ombro tão recíproco ao seu, para alegria ou tristeza, dos tantos consolos e abraços que demos durante os 25 anos que convivi contigo. 

Obrigado, meu primo! Parabéns por tua passagem honrosa pela terra, a láurea da alegria veio e foi com você. Que Deus conforte sua mãe, tão minha também, minha mãe de leite, querida tia Marlene, seus gritos ainda ecoam na minha cabeça, mas Deus há de confortá-la. 

Meus outros três primos, Ulisses, Erlon e Elder, eu não preciso dizer que contem comigo, pois vocês sabem com quem contar, sabem de cor. Tio Val, que Deus te dê a força necessária para amparar sua família.


Findo com a imagem de uma mensagem que Valdinho me enviou quando eu passei na 1ª fase da OAB. Sim, primo, estaremos juntos SEMPRE! Vai com Deus!

Do meu brother para mim



Foto antiga, réveillon de 2008. Recife, boa viagem, Acaiaca beach.

Ele sempre foi popular. 


Um capeta quando criança, alguns diziam que aquele menino só podia estar possuído, diante de tantas travessuras.


Até os dez anos de idade, não conseguia ter uma babá, pois todas as muitas tentativas não ultrapassavam o primeiro mês. Elas se demitiam. Por justa causa.

Aos juízes precipitados, que arbitram a vida alheia, um revés. Não perceberam a essência.

Não era apenas um bom coração. Era mais. Graças à popularidade construída com seu jeito extrovertido, com suas "maloqueirisses", e uma boa dose de verdade, logo mais a frente, se tornaria um bom coração com alcance e repercussão em muitas vidas.


Já eu, nunca fui super popular. Nunca precisei.

Quase sempre incluído nos acontecimentos, tinha passe-livre aos mesmos grupos.


Era o exemplar perfeito daquele que sofre bulling. Nerd, quatro-olhos, fundo de garrafa, e cabelinho de cuia. Mas como podia sofrer bulling o melhor amigo do mais popular?

A retribuição vinha através de amizade verdadeira, desde sempre sem melindres e babaquices. O egoísmo não vinha ao caso, já que um defendia ao outro por puro egoísmo.


O tempo foi passando e juntos fomos crescendo.

Dividíamos tudo que era legal. Companhia, pensamentos, brincadeiras, esportes, video-games, festas, e, eventualmente, até as meninas.

Ele pedia para eu ser menos nerd, menos irônico, menos sarcástico, pois muitos de seus coleguinhas não entendiam o que eu falava e achavam que eu era meio idiota. Cabia a ele convencê-los que eu era legal e normal. Cabia a mim me divertir com a situação.

Eu sempre ganhava as apostas e ele insistia em continuar apostando comigo. Às vezes, pensava até que ele gostava de perder pro seu brother. Não tinha outra explicação.


Ensinei pra ele como gostar de Chico Buarque. Ele me mostrou como chegar naquelas menininhas. Aprendi, gostei, e até brincava às vezes de furar o olho do amiguinho.


Um acabou ensinado ao outro, ao longo dos anos, o valor inabalável de uma amizade.


A barba cresceu. Fui morar no Rio. E ele me mandou uma música, composta, tocada e cantada por ele mesmo.

Ele canta mal e toca mais ou menos, mas naquele dia, já no RJ, eu escutei uma das músicas mais fodas e significantes da minha vida. Era, no fim das contas, um lembrete.


Um lembrete de que, apesar de qualquer distância, e de qualquer ação do tempo, a nossa amizade sempre será aquela, dos tempos de criança.


Um abraço, meu brother.


André Falcão.

Para meu brother.



Desde os primórdios da formatura do ABC aos dias atuais, meu melhor amigo! 
Criados num prédio da Ernesto de Paula Santos, acostumados com histórias
de tubarão, trombadinha da Entra Apulso e prisão em elevador.


Minha infância de filho único nunca exigiu um irmão, porque eu já tinha,
estava sempre lá, no quinhentos e dois, era só pedir pra Bida interfonar
e falar que achei uma nova passagem em Zelda que o brother descia voando
pelas escadas pra comemorar comigo.

Nunca foi bom de bola, perdia pra mim no ping-pong, era acirrado no winning eleven, mas vencia no Mário Kart.
Usava um óculos fundo de garrafa, tinha(ainda tem) cara de nerd, deu o primeiro beijo com uns 13 anos de idade e arrumou a primeira namorada aos 16.

Estivemos juntos por todas essas fases de "evolução". Vi o primeiro porre quando ele vomitou até a alma e teve que dormir na minha casa porque tia Edna não podia saber que o filho dela era um bêbado insano (brincadeira, tia), e mesmo assim chegou tocando lá as 6 da manhã pra buscar o embriagado que acordou precisamente sóbrio com o susto.

Vi July(poodle) recém nascida, vi buchuda, vi ter filhote, vi dar pro filhote, embuchar do filhote e viver nesse ciclo de cachorrada latindo quando eu tocava a campainha.

Fui o primeiro a raspar a cabeça dele quando passou no vestibular.

Quando ganhei o primeiro carro ele era o co-piloto e a gente fazia pega a 100km/h na Av. Boa Viagem.
Quando ele ganhou o primeiro carro ele parou de fazer pega. ¬¬

Pegamos a febre de Counter Strike em Recife, íamos procurar pelada na praia e cada um ia pra um time, obviamente que o meu ganhava. Matinê da Fashion, tua mãe deixava a minha pegava, vice-versa. Vi tu virar casaca, arrumar um estágio, um emprego, outro emprego, arrumar uma nêga, ir trabalhar em outro estado, depois em outro, agora outra nêga e, enfim, para nossa felicidade, vi tu colar grau, bicho.
Claro, formado já era, muito capaz por sinal. Mas foi irado te ver de beca e capelo concretizando todo esse ciclo.

Brow, bendito encontro nessa vida. Te desejo todo sucesso do mundo, sua felicidade também é a minha, sua mãe também é um pouco a minha, e essa camaradagem, de certo, vai além dessa vida como provavelmente ultrapassou
outras.

E a sensação é que mesmo tu aí nas Curitiba, é como estivesse lá no 502, e quando eu quiser falar contigo, é só pedir pra Seu Jenário dar os toques pra gente bater aquele velho papo com cerveja e pá.

Te amo, mamão! É nós sempre. Eu titular e tu banco! 



Do seu brother,

Mariano Sá

Sobre juventude.


Adendo: Eu tinha 25 anos quando postei este texto. Farei 28 semana que vem.

Uma coisa me chamou atenção na missa hoje...

Dentre as intenções da missa, uma delas foi a oração por Tarsila Gusmão
que, se estivesse viva, completaria 25 anos.

E eu lembrei daquela semana tensa, em que se comentava em todos os colégios de Boa Viagem, quiçá de Recife, sobre o paradeiro das adolescentes, lembrei também da chamada do Plantão da Globo, ao vivo, quando encontraram os corpos, e como aquilo na época nos chocou, e virou exemplo clichê entre pais, diretores, psicólogos, e qualquer adulto que por muitas vezes esqueceu que também já foi jovem e fantasiou que em seu tempo as coisas eram diferentes. Não eram e nunca será!

Jovens serão sempre jovens, astuciosos, curiosos, loucos por aventura e pela vida.
Ansiosos por prazeres, liberdade, paixões. Jovens mentem para os pais, não por maldade,
mas por mera inocência ou para privá-los das "novas experiências" que, sem saber, já foram vividas pelos próprios pais.

E pais, cá pra nós, também são hipócritas, mas não por maldade, e sim por um instinto protetor de querer poupar os filhos dos riscos que eles próprios correram. E esse é o ciclo, assim seremos com nossos filhos...
Como disse um poeta: "ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais."


Obrigado, Deus! Obrigado pelos meus 25 anos completos e bem vividos, continue a me proteger e proteger todos os jovens do mundo.

Meu amigos, primos e conhecidos.

E a estes, eu peço, vivam com responsabilidade, dose bem os seus prazeres, corram menos riscos.

É, eu sei, eu também estou sendo hipócrita!

Mariano Sá

O show de Marcelo Camelo (Acho que foi em 2011)


Adendo: Sou fã do cara.


Quando se trata dos hermanos, logo, muito se espera. Principalmente quando rola inovações.
Pois bem, eis que vem o barbudo de Malú, com um show voz e violão. Não tem como ser ruim, não é verdade? Porém, foi muito aquém e deixou a desejar.
Marcelo, pouco empolgado, já é meio preguiçoso, e sem uma banda, pronto, acabou-se!
Outra coisa, não dá pra tocar marchinha sem o metal, sem percussão, não rola. Copacabana, talvez nem seria tocada, mas surgiu uma voz escrota da platéia que disse “toca Copacabana” num tom rouco e agudo, sei lá. Só sei que foi engraçado, e foi um raro momento que Marcelo demonstrou um pouco de simpatia – coisa rara nos hermanos – e brincou: - vou tocar só pela voz que pediu.
Falando em simpatia, sabemos que não é o forte dos caras, principalmente de Marcelo e Amarante, há uma certa boçalidade mesclada com narcisismo, que blindam eles e os tornam, por muitas vezes, insuportáveis(sem cantar, claro). 

Eu sei, deve ser chato escutar burburinho na platéia, mas, quase que sutil, o barbudo,  com outras palavras, mandou um “cala boca Recife”, e um “não me fotografe”. Mais ou menos assim: “Eu sei que muita gente quer botar o papo em dia mas tem outras pessoas que estão afim de curtir o show, então por respeito aos coleguinhas, silêncio.” E emendou: “outra coisa, o flash (da câmera) só alcança três metros, não adianta você tirar foto porque sua foto vai ficar horrível e o palco já está iluminado.”
Ok, Marcelo, desculpe nossa falta de educação. Isso se deu também, por culpa de uma quantidade de fãs modinhas que estavam por lá ontem. Eu juro, Marise está de prova, tinha uma menina sentada ao meu lado, que passou o show inteiro no facebook pelo smartphone, não cantou uma música, mas tirou muitas fotos e postou no instagram. Lamentável!!
Atrás da gente tinham três pré-adolescentes que, creio eu, viram aquela barba pela primeira vez, eram dois meninos e uma menina, todos histéricos.

Enfim, os três choraram o show inteiro!! EU JURO!! Tava dando pena, as criaturas já estavam desidratadas, choravam aos prantos e diziam “ai meu Deus” constantemente. Isso acabou sendo engraçado e eu me diverti muito!
Voltando ao show, nota cinco, Camelo!
E aqui vai um conselho, largue de ser pirangueiro e volte a fazer turnê com sua banda, você sozinho é meio sem graça. Falo com prioridade. Seu show ano passado foi um dos melhores que já fui. Foi lá no clube Internacional, com banda, samambaias espalhadas no palco e muito mais animado. Voz e violão deixa pra Toquinho.
Foi bom ouvir casa pré fabricada, para mim, uma novidade, nunca vi você cantar ela na carreira solo, é bom ouvir sua voz, a suavidade das melodias e suas letras super inteligentes. Mas com banda é muito melhor! 

Não posso esquecer de elogiar a presença de Thomas Rohrer, deu um show no violino, e ajudou a elevar a nota do show para cinco.
Os fãs verdadeiros já te conhecem, não vão esperar muita simpatia, nem que você interaja muito com o público, mas com certeza vão esperar um músico mais empenhado no palco, com mais empolgação e vontade de fazer um grande espetáculo, o que não vi ontem!
Hoje paguei dez reais no Le Cirque, e valeu muito mais do que os oitenta(em 2 ingressos) que paguei no show do Camelo.

Sem mais, 
Mariano Sá.

Pais e filhos



Hoje, coincidentemente, antes de sair de casa para ir ao cinema
ver o filme de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, vi um comentário no
face de algum amigo que dizia: "Luiz Gonzaga foi um
ótimo músico e um péssimo pai."

Já fui ao cinema esperando algo do tipo, mas não foi assim que vi.
Numa parte do filme me veio à cabeça um trecho de uma sábia música
do Ilustre Belchior, que, rebeldemente falara: "meu pai não aprova
o que eu faço, tampouco eu aprovo o filho que ele fez."

Não menos importante mencionar o hino dos pais, imortalizado por Fábio Júnior,
quando este, sabidamente disse: "Pai, você foi meu herói meu bandido."

Teria que ser assim, por sábios músicos e poetas, a quebra do encanto
da perfeição. Que em vidas reais, pais(Stricto sensu) também são humanos, passíveis de
falhas, erros e longe da perfeição.

Recentemente, numa feliz decisão do STJ, a ministra Nancy Andrighi, ao julgar
um caso de abandono afetivo, com um dom poético, disse: "amar é faculdade,
cuidar é dever." Essa frase tem muito a ver com filme que cito.

No filme se vê um pai ausente por consequências da vida, muitas vezes rude
por personalidade, porém, preocupado ou, ao menos, motivado por um orgulho
de tornar o seu filho um doutor, alguém formado com anel no dedo e tudo mais.

Gonzaga pai, ao meu ver, amou seu filho. De um jeito troncho, ausente e implicante,
mas reconheceu suas falhas e pediu perdão, isso também é uma maneira de amar e demonstrar
o amor. Gonzaguinha, num jeito de quem pouco aprova o filho que seu pai fez - ou não -, perdoou e
pediu perdão, pois quando a gente vira homem, sabe reconhecer os erros.

Tortos, errantes e imperfeitos eles foram, um para o outro. Para nós e para a música,
foram perfeitos, um digno de carregar o título de Rei, o outro digno de carregar o
nome do pai nas costas.

E no filho sempre fica um pouco do pai. Drummond disse no poema resíduo que
"fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha." E o pior que fica, fica
sempre um pouco mais.

Do meu pai, além da cor, eu tenho o gosto parecido, o passo,
a música, uma das profissões e o desejo de sempre evoluir.
É sempre uma grande responsabilidade ser filho de um grande homem, pois todos esperam
muito de você. Assim foi com Gonzaguinha, assim é comigo, assim é com aquele menino
que, apesar do pai ser um engraxate, é o maior herói de todos.


Mariano Sá

Futuros amantes


O que se perdeu pelo passado, teve seus plausíveis motivos para não estar no presente.
E que fiquem lá, no seu devido lugar.

Passado, no futuro, vira lembrança, e que seja lembrança.

Lembrança nem sempre é boa, mas é melhor cultivar as boas, adoçar a mente e o coração com boas lembranças purifica a alma e te mantém em sintonia com a paz.

Saudade existe, mas nem sempre aperta. Vontade dá e passa. Vontade passa...
Amores serão sempre amáveis (disse Chico), e aquele amor pairado, será aproveitado.

Suas escolhas definem seu caminho, escolhas erradas não significam, propriamente,
que dará num caminho errado, e até mesmo o caminho errado pode ser moldado e adequado
a seu bel prazer.

Escolhas erradas podem dar certo, mas foge dos planos.
Já os planos, esses mudam. Escolhas adversas a seus planos, darão em planos para novos planos.

E para planos futuros, não conto com o passado. Deixa assim, meu presente tão planejado
seguir o destino e as metas que traço dia após dia para adocicar um próspero futuro,
um futuro próximo.

"Mas não se afobe não, que nada é pra já...
futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber
o amor que um dia deixei pra você"

Mariano Sá.

É que eu sou filho único...


É que eu sou filho único, e filho único não culpa ninguém, se o vaso quebra, a culpa é minha, eu derrubei. Não sou de mimos, tenho até minhas carências, mas não muito mimo, apesar de mimar muito. 

Retribuo o carinho que recebi a vida inteira ao próximo com educação e respeito, mas nem sempre. Porque ninguém é bom o tempo todo. E de bom mesmo, eu tenho pouco, sou mais esforço à pura bondade. Ao menos eu tento.

É que eu sou filho único, e filho único é mal acostumado, eu não quero só o quarto, eu quero o mundo.

Eu quero muita coisa ao mesmo tempo, eu perco o foco por tanto querer, mas eu tento. Ao menos tento.

É que além de filho, eu sou único ser, não há outro como eu, nem como você, claro. Somos únicos. Não há ninguém com tantos defeitos mesclados com qualidades, derivados de princípios, índole e gênio oscilante como eu, nem como você, claro. Somos únicos.

Mas ser único não é ser pouco, nem fraco. Pelo contrário, ser único é ser grande, significante, ser único não é ser só. 

Ser único é ser extinto, e o extinto é precioso, é joia rara. 
Ser único é significar muito na vida de alguém, e quanto mais cativante for, mais valioso será.

O único precisa de únicos para sobreviver. 
E nem mesmo um filho único vive sem irmãos.


Mariano Sá