quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Parece dezembro de um ano dourado




Parece dezembro de um ano dourado, mas que nem teve tantos quilates assim.
Mas todo tempo doura-se de aprendizado. Ano ladrão, que tanta gente levou, tanta gente boa.
Amores, inclusive. Me levou e me trouxe o maior deles, o mesmo. Ora, te amo!

Eu lembro 2012, ano-diamante, do mesmo amor ao meu lado. E remeto a 2004, ano de perdas e saudades que herdo até hoje,  mas glorificou-se em minha humilde história.

Dois mil e quatorze bagunçado do caralho, engraçado pra caralho, duvidoso e decisivo. Lembrarei pouco, mas me lembrarão tantas vezes.

Dois mil e quatorze pode ir, pouco saudoso, mas filtro os bons acontecimentos, os bons amigos que ganhei, nos poucos gols que fiz.

Creio ter sido - pós 93 - ludopedicamente falando, o ano que menos joguei. Termino este pesado, contundido, mas mesmo assim, o futebol me trouxe, como sempre, bons momentos, carcará, bons momentos.

Ano que mais convivi (e mesmo assim, nem tanto como devia) com os do meu pai, com os da minha cor, com os que me remetem à minha maior saudade.

Levo de ti, ano torto, boa lembrança eleitoral, levo de volta o amor que, no fundo, nunca quis perder, os amigos de sempre e os novos bem-vindos.

Há meses, ingrato ano, que nada escrevo, e isso me incomoda. Quando pouco escrevo, sinto que vivo com pouca emoção. A despeito, isto é irônico.

Deixar fluir um devaneio às quatro e tanta da matina, é que faz a diferença etílica e emocional de um homem.

Só agradeço.

Anseio por momentos derradeiros deste tempo, que virão nesta semana e não vejo a hora de ver os que me acompanham desde 91/92 talvez, melhor amigo. É nós!

Ano confuso, maio invocado, junho perdido, julho deslumbrado, agosto nem sei, setembro voou, outubro anuncia melhoras, novembro já danço, dezembro esperança do ano que vem.

Eu amo o tempo. O que faço dele e o que Deus faz dele pra mim. Parece bolero, Tom, Chico, Maria...

Deixa uma fotografia desse ano pra eu lembrar de vez em quando. Não apaga tudo. Deixa um selfie de um jogo da copa, amarga copa.

Deixa um skol gelada na gaveta, porque no congelador pedra. Manda um áudio dizendo que valeu e tá tudo certo, 2014, te devo nada.

Quero começar o novo ano de gravata florida, meu Deus do céu, que gravata mais linda, caro Ben.

Dois mil e quinze matrimonial, findando outubro, um SIM simbólico e eterno, se Deus permitir. 

Que eu jogue mais bola e escreva mais. Tem gente que me cobra. Que bom!!

Deixa um skol na gaveta pra quando eu chegar abrir os caminhos.

Termino mais um ano com tudo que preciso, e se não preciso, quero ter sempre: Karina Ana, Teresa, Marise e Fátima, bases douradas que me levam ao topo do pódio, mas sem os brows aplaudindo embaixo, nada vale.

- Parem, parem! Não mereço, por ora, ovações.

Reza por mim, mãe! Rezarei por nós, por elas, por eles, pelos meus e nossos. Meu escudo é minha hóstia!

Sol claro já por aqui...

Pai, afasta de mim o que não queres ao meu lado. Afasta ainda, o que, mesmo que me satisfaça, não comungue com o nosso trato.

Preserva-me o amor, a família e os amigos. Preserva o timba, a canhota a destra e a redonda.
Preserva o natal, a paz e a esperança.
Preserva a skol gelada na gaveta.

Feliz Natal e feliz ano novo, galera! Que em 2015 tudo se ajeite, em nós, nos outros e no país, no mundo enfim.

Sim, sim, grato, ano velho. Esperançoso, ano novo.

Paz e amor!


Mariano Sá