quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

de saudade

Em qualquer deserto achas o que tem aqui
neste quarto fechado com pouca luz
qualquer feixe ilumina um espaço vazio
e cá, d'outro lado me esquivo do claro

não me verás tão cedo, nem saberás de mim
cá estou curtindo minha solidão, a sós com o tempo
com o vento que assombra minha janela zunindo dor
barulho de saudade é silêncio em pleno dia

qualquer dia aqui é vago, vazio de tua presença
transparente da tua pele escura, mudo da tua voz grave
não estás aqui,- nem aí pra mim - nem cá nem lá
estás, hoje, apenas em meus sonhos

tu que outrora foste sólido protetor
hoje em mim és vertigem
e saudade
dor que virou saudade

e suplico: invade meus sonhos mais dias
invade meus dias com paz
soa em dó maior felicidade
que daqui eu canto
tanto
tanto
eu canto minha saudade pra Deus
em qualquer canto eu canto

Mariano Sá