quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Parece dezembro de um ano dourado




Parece dezembro de um ano dourado, mas que nem teve tantos quilates assim.
Mas todo tempo doura-se de aprendizado. Ano ladrão, que tanta gente levou, tanta gente boa.
Amores, inclusive. Me levou e me trouxe o maior deles, o mesmo. Ora, te amo!

Eu lembro 2012, ano-diamante, do mesmo amor ao meu lado. E remeto a 2004, ano de perdas e saudades que herdo até hoje,  mas glorificou-se em minha humilde história.

Dois mil e quatorze bagunçado do caralho, engraçado pra caralho, duvidoso e decisivo. Lembrarei pouco, mas me lembrarão tantas vezes.

Dois mil e quatorze pode ir, pouco saudoso, mas filtro os bons acontecimentos, os bons amigos que ganhei, nos poucos gols que fiz.

Creio ter sido - pós 93 - ludopedicamente falando, o ano que menos joguei. Termino este pesado, contundido, mas mesmo assim, o futebol me trouxe, como sempre, bons momentos, carcará, bons momentos.

Ano que mais convivi (e mesmo assim, nem tanto como devia) com os do meu pai, com os da minha cor, com os que me remetem à minha maior saudade.

Levo de ti, ano torto, boa lembrança eleitoral, levo de volta o amor que, no fundo, nunca quis perder, os amigos de sempre e os novos bem-vindos.

Há meses, ingrato ano, que nada escrevo, e isso me incomoda. Quando pouco escrevo, sinto que vivo com pouca emoção. A despeito, isto é irônico.

Deixar fluir um devaneio às quatro e tanta da matina, é que faz a diferença etílica e emocional de um homem.

Só agradeço.

Anseio por momentos derradeiros deste tempo, que virão nesta semana e não vejo a hora de ver os que me acompanham desde 91/92 talvez, melhor amigo. É nós!

Ano confuso, maio invocado, junho perdido, julho deslumbrado, agosto nem sei, setembro voou, outubro anuncia melhoras, novembro já danço, dezembro esperança do ano que vem.

Eu amo o tempo. O que faço dele e o que Deus faz dele pra mim. Parece bolero, Tom, Chico, Maria...

Deixa uma fotografia desse ano pra eu lembrar de vez em quando. Não apaga tudo. Deixa um selfie de um jogo da copa, amarga copa.

Deixa um skol gelada na gaveta, porque no congelador pedra. Manda um áudio dizendo que valeu e tá tudo certo, 2014, te devo nada.

Quero começar o novo ano de gravata florida, meu Deus do céu, que gravata mais linda, caro Ben.

Dois mil e quinze matrimonial, findando outubro, um SIM simbólico e eterno, se Deus permitir. 

Que eu jogue mais bola e escreva mais. Tem gente que me cobra. Que bom!!

Deixa um skol na gaveta pra quando eu chegar abrir os caminhos.

Termino mais um ano com tudo que preciso, e se não preciso, quero ter sempre: Karina Ana, Teresa, Marise e Fátima, bases douradas que me levam ao topo do pódio, mas sem os brows aplaudindo embaixo, nada vale.

- Parem, parem! Não mereço, por ora, ovações.

Reza por mim, mãe! Rezarei por nós, por elas, por eles, pelos meus e nossos. Meu escudo é minha hóstia!

Sol claro já por aqui...

Pai, afasta de mim o que não queres ao meu lado. Afasta ainda, o que, mesmo que me satisfaça, não comungue com o nosso trato.

Preserva-me o amor, a família e os amigos. Preserva o timba, a canhota a destra e a redonda.
Preserva o natal, a paz e a esperança.
Preserva a skol gelada na gaveta.

Feliz Natal e feliz ano novo, galera! Que em 2015 tudo se ajeite, em nós, nos outros e no país, no mundo enfim.

Sim, sim, grato, ano velho. Esperançoso, ano novo.

Paz e amor!


Mariano Sá

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O AMOR VENCEU!! 13



Eu estou orgulhoso. Esse é o sentimento que tenho pós reeleição de Dilma.
Orgulho do meu povo, do meu estado principalmente, mas muito orgulhoso dos brasileiros.
É importante ressaltar, que o nordeste corresponde a apenas 26,795% do eleitorado brasileiro. O norte por 7,563%, cabendo ao sul, sudeste, centro-oeste e brasileiros que residem no exterior os outros 70% do eleitorado. Pós descobrir estes dados, fiquei até meio chateado por não poder ostentar meu orgulho de ter reelegido Dilma. Que chato. Não fomos nós. Não apenas nós. Mas uma coisa ninguém tira, esse orgulho pernambucano de ter dado 70% de nãos ao PSDB, partido que tanto nos atrasou no passado.
Dona Renata, mulher que tanto admiro, pois compactuo da ideia de que por traz de um grande homem há uma grande mulher, e Eduardo Campos foi o que foi graças também a sua companheira, que infelizmente tomou um posicionamento errado nesse 2º turno.
Não esperávamos que a família Campos apoiasse Dilma, mas sinceramente, esperava que ficassem neutros. O apoio da família a Aécio foi uma afronta à história de Miguel Arraes, que tanto lutou pelo nosso estado, e enfrentou como governador a oposição ferrenha do governo federal do PSDB com FHC.
Vi com Arraes, ainda criança que política se faz com amor ao próximo, e vi adiante com Lula, que política se faz da mesma maneira. O foco é o povo, o foco é amor ao povo.
Um rico que reclama de um alto imposto que paga, jamais terá prioridade a frente de um pobre que reclama fome. A urgência é outra, a prioridade é outra. Ignorância é chamar de esmola um programa que tirou nosso país do mapa da fome. Ignorância é fingir não ver que hoje vive num país melhor.
Joãozinho vem aí, e se Deus quiser será um grande político, Pernambuco precisa de alguém com esse DNA de Arraes, de Eduardo, gente da gente. Mas espero que Dona Renata se redima desse apoio tucano. Não foi legal, não representou nosso povo e a resposta veio nas urnas.
QUE LINDO, PERNAMBUCO!! 70% FOI O VOTO DA GRATIDÃO!
Sou grato por não ver mais a fome que já vi no meu sertão. Sou grato pelas escolas técnicas e o acesso à educação que o povo daqui hoje tem.
Exemplo simples e fácil de visualizar está em Calumbi, cidade da minha família, cidade de 10 mil habitantes aqui do interior de PE, onde na década de 90 um jovem de família pobre sequer tinha planos em cursar uma faculdade, era utopia, era algo longe da realidade deles, fazia faculdade ou estudava fora, apenas os filhos dos ricos da cidade, e hoje meu amigo, filho de gente humilde da zona rural cursa medicina. 
A maioria dos jovens têm acesso a educação superior, e melhor, nem precisa ir pra Recife mais. Tem faculdade na porta de casa.

Dizer que não vive num país melhor, é fingir que não vê.
O discurso de ódio tá se multiplicando nas redes sociais. Nos xingam, se acham superiores, alguns eleitores tucanos, inclusive, pregam um discurso de superioridade intelectual só pela opção de voto deles. Gente, tá feio.

Mais de 50% da população brasileira elegeu Dilma, dentre estes, vários intelectuais de verdade que acreditam que o caminho certo é este que estamos. Eu sou pernambucano, negro, longe de ser um intelectual, mas creio andar nessa mesma distância da ignorância. Meu voto tem fundamento, meu voto tem amor ao próximo, meu voto inclusive foi vitorioso e isso responde muita coisa.
Muitos falam em alternância de poder, que eu até acho justo. Votemos no PSOL então, porque alternar poder para o PSDB não é alternar nada. É retroagir, é devolver o poder que tiramos com muita luta. O estado de São Paulo tem seus motivos para azular, mas PERNAMBUCANO NÃO ELEGE TUCANO, porque noutro tempo não nos fez bem.
Salve a terra dos altos coqueiros, viva Miguel Arraes, viva Eduardo, João, viva Dilma, Viva Luiz Inácio Lula da Silva que começou com essa história de amor e mudou o rumo do nosso país.
Tem muita coisa pra melhorar, e iremos cobrar desse governo tais melhoras. Em junho fomos as ruas, mas ninguém foi a rua em prol do PSDB não.
Que Deus abençoe nossos governantes para que façam o melhor por nós, e que sempre ponham a sua frente o princípio do amor ao próximo, quem age assim, age certo.
Tucanada, não sejam levianos, me poupe de comentários sobre a corrupção, vocês votaram em Aécio Neves, digo, Never! 

13 beijos para todos.
‪#‎fechadocomdilma‬ ‪#‎vivalula‬ ‪#‎dilma13‬ ‪#‎pt‬
Mariano Sá.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Coragem no amor




É preciso, em meio a comicidade deste vídeo, reparar na pureza do amor desta criatura.

É puro, gente. É de verdade. Já amei assim na quinta série, creio eu.

Que vontade, Carol!

Se essa menina soubesse a raridade que será encontrar um amor tão puro como este, ela se jogaria nesses braços.

Ah, se ela soubesse.

“Não fique com essa frescura de: não, quero não!”

Me poupe, Carol! Joga fácil!

Convenhamos, ele merece!

Convenhamos, ele botou no bolso muito marmanjo que não se aventura no amor.

Convenhamos que o menino do vídeo deu uma de Antônio da crônica passada.

Convenhamos que ele tinha que ser recifense, só os homens que viveram em Recife são guerreiros assim. Sem falar no sotaque forte e gírias típicas.

Ele não se acovardou, chamou na xinxa e cometeu o singelo erro de prometer amor pra sempre. Não se ama pra sempre. Aprenderás adiante, amigo.

Eu, sinceramente, estou orgulhoso!

Não fiz isso, Beco (acho que é esse o apelido dele), não fiz na quinta série. Como te invejo, como te admiro.

Leva pra vida estes ensinamentos, de quem se arrisca quando se quer algo.

Carol, fia, veja aí!


A coragem desse menino é exemplar. Coragem é pra poucos. Para iniciar e para findar, no amor, coragem é pra poucos. 


Mariano Sá.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Amor de ficção



Se tem uma cena de romance do cinema nacional que nunca esqueci, foi deste filme – A máquina – de cenário simples, sem grandes produções, mas de um texto riquíssimo, personagens cativantes e uma trilha sonora impecável.

Antônio e Karina, nos parques de ouro donde o amor começa a pulsar.

Como os invejo, como os admiro, eu que te vejo e nem quase respiro -  Cecília de Chico Buarque.

Valente Antônio, quando o amor explode, que não da mais pra disfarçar, quando é agora ou nunca, a hora H, o pega pra capar, desembucha, menino! Fala pra ela do teu amor, fala de uma vez! Olha dentro dos olhos dela e diz! Vai, com o coração, misera!

Eu confundi a ficção, com tamanha desenvoltura do ator Gustavo Falcão.
Deslumbrar-se com Mariana Ximenes é inevitável, eu sei – não sei, na verdade.
Mas contracenar com tanta euforia é um dom que só os que dominam a arte cênica gozam.

Ah, atores, estes fingidos.

E o texto fala da ficção, já que Karina, personagem de Ximenes, sonhava em ser atriz e usava Antônio, pobre Antônio, em seus ensaios.

Antônio não aguentava mais fingir. Para ele não era ficção. O amor não é fictício, geralmente.
Digo, se é amor de verdade, ora, não rola ficção. Óbvio.

Mas o amor pode virar ficção. Já vimos que ele acaba. Vimos na vida, noutra crônica, noutra estória. Deixa isso pra outro devaneio.

Antônio, meu caro, o mundo precisa de corajosos assim. De quem joga fácil, mesmo num jogo difícil. De um camisa 10 com a classe de Zidane.

De verdade, sabe? Sem ficção.

É que eu não sou ator, e se eu sinto dor, tenho que chorar.

Ah, atores, estes fingidos. Como os invejo, como os admiro, eu que te vejo e nem quase respiro.

Mirem-se no exemplo de Antônio, aí.

Assistam o filme, escutem Cecília de Chico, emendem com Ela faz cinema, dancem mais, bebam, mas não amem de mentira. Covardia, pô!



Mariano Sá.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil x Alemanha

(Escrevi ontem 07/07/2014, mas por problemas técnicos, postei hoje, ainda antes do jogo. Sim, levantei com os dois pés hoje!)



Só digo uma coisa: amanhã, melhor que levantar com o pé direito, é levantar com os dois pés!

Quase tudo que sei nessa vida sobre ganhos e perdas, aprendi com futebol.
Aprendi a perder, tarefa difícil diga-se de passagem, mas não a me entregar.
Vi e vivi quase de tudo no futebol, de lá da escolinha no Anchieta ao profissional do Íbis - exato, Íbis. De derrota eu entendo.

Mas só no futebol eu vi superações como nenhures.

Não vou falar em Ronaldo, essa é batida.
Vou falar de um colega do futsal, no infantil do Santa Cruz, um campeonato lá em Fortaleza.
Seu nome, Maradona, nome de craque e não à toa.

Era numa semi-final também, ano 2000, ginásio da AABB na capital Cearense.
No dia do jogo, nosso treinador, renomado treinador de Futsal em Pernambuco, Professor Ricardo Coutinho,  recebeu uma ligação às 5hs da manhã. A notícia não era boa. Mataram o pai de Maradona num bar, numa comunidade do subúrbio recifense.

Professor R.C., experiente que é, usou isso a nosso favor.
Lembro de algumas palavras, no final da preleção, já aos gritos e lágrimas:

"VAMOS JOGAR POR MARADONA, VAMOS TRANSFORMAR ESSA RAIVA EM VONTADE DENTRO DA QUADRA!"

"VAMOOOOOS!!!"

seguido de um Pai Nosso que ecoou naquele ginásio.

Eu perdi meu pai, e no fatídico dia eu mal tinha forças para me manter de pé.

Como te invejo, Maradona! Nem sei por onde andas, amigo. Acho que nem lembras de mim.

"Eu vou jogar, professor. Pode me botar, eu quero jogar!" Disse Maradona pouco antes do jogo.

Maradona entrou sim. Inclusive, ele era titular.

Era um jogo difícil, contra o Fluminense do RJ.

Jogo duro, e lembro que começamos perdendo. Mas Maradona estava endiabrado, ou melhor dizendo, "endeusado".
Não deu pros cariocas, não deu pra dor, não deu pra tristeza.
Eu vi ali, menino novo que era, de realidade diferente daquele colega, eu vi de perto, um exemplo de superação.
Um de muitos que eu vi só, e apenasmente - como diz Belchior - no futebol.

Vai soar clichê se eu disser que Maradona foi melhor em quadra, né?

É. Mas foi. Vencemos àquele, que até então, era o melhor time da competição.

Placar 3 x 2, Maradona fez 2 e o outro gol foi do nosso goleiro, Macaíba.

Ali na quadra, rezamos outro Pai Nosso, agradecendo a vitória e pela alma do pai do colega.

Perdemos a final, pro Juventus de São Paulo, mas meu exemplo acabou alí nas semi.

Jornal Hoje de hoje(ontem), falou em resiliência, termo da psicologia que fala da capacidade de uma pessoa superar obstáculos.

Brasileiro resiliente é pleonasmo, Globo.

Não há povo com tamanha capacidade no mundo - salvo os eunucos japoneses, Hiroshima. [brincadeira, pô]

Amanhã a Alemanha conhecerá seu Führer.

Neymar, Champs, um ex professor meu, promotor Thiago Godoy, que mataram aqui em PE, disse um dia: "Ninguém vence uma pessoa que tem um sonho!"

Ninguém vencerá seu sonho, tão nosso, de toda nação.

Ahora, decime como se siente, Argentina... caso passe das laranjeiras, verás teu papai que é gigante pela própria natureza, lançar  os filhos à luta, da qual nunca fugimos, pois, nascemos para jogar futebol, vocês para torcerem. Parabéns, mas o HEXA É NOSSO!

#hexaéluxo #rumoaohexa #pelémelhorquemaradona


Mariano Sá








terça-feira, 1 de julho de 2014

De tudo fica um pouco


De tudo fica um pouco - resíduo de Drummond – fica sim, de tudo um pouco.
Poema lindo pra tirar lá debaixo do tapete o que se tenta esconder, mas ainda está ali.
De tudo fica um pouco, um pouco de mim em você, um pouco de você em mim.
Um pouco fica e sai, outra quantia fica, talvez, por toda a vida.
Porque de tudo fica um pouco do bom que se acrescentou, se absorveu e se instalou na formação de uma nova personalidade, na evolução que houve com o sinalagmatismo de quem dá lá e toma cá.

“E de tudo fica um pouco.

Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.”

O cheiro é bom, Drummond, tal qual sinto, é bom.
É cicatriz, que diz a nova canção da Nação Zumbi:
Visível marca de um riscado inesperado

Pra lembrar e nunca mais esquecer
Visível marca de um riscado inesperado
Pra lembrar o que lhe aconteceu

Ficar bem desenhado só pra ser bem lembrado

Risco do erro, mal visto, mal quisto e mal olhado
Quem vê vira logo a vista para o outro lado
Mas essa daqui me traz uma boa lembrança, não preciso esconder
Mas essa daqui me traz uma boa lembrança, não vou mais esquecer

E seja como for, mangue-boys, eu me lembrarei, não esquecerei.
Não vou esquecer do prato de flores, mas precisei levar Minh ‘alma pra passear.
A lua nos chama, Lenine.
De tudo fica um pouco, mas as canções, estas ficarão muitas, esse canto espantou muitos males naquele percurso, mas se a gente não sabe mais rir um do outro, meu bem, então o que resta é chorar.
Temer findar é procrastinar e elevar a dor. Do fim, ninguém escapa. Levarão seu amor pelos braços, nem que seja a morte, como disse noutra crônica dia desses.
O amor acaba, como Xico Sá citou, acaba como na crônica de Paulo Mendes Campos:  “Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferente dos parques de ouro onde começou a pulsar..."
Diferente dos parques de ouro.
Diferente de quando os olhos brilhavam.
Diferente de quando a ânsia era pelo encontro.
Diferente de quando um abraço fazia esquecer o mundo.
Diferente de tudo que o tempo rouba.
O amor é filme e Deus é espectador, Lirinha.
É drama, aventura, mentira, comédia romântica.
Dele teme-se o fim, também o começo. O amor assusta. É drama, é suspense.
Amor não avisa quando vai, tampouco quando vem, simplesmente sai ou chega.
Avassalador, Lenine, chega sem avisar.
Chega, faz um estrago danado, é bom, fica, mas vai...
Acaba, Paulo Mendes Campos, “...de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas.”
O amor acaba em 90 minutos, sem prorrogação. Alguém perde.
Dor inevitável nos dois vestiários subterrâneos, entranhas apartadas por um apito final.
Mas se de tudo fica um pouco, deixa as canções, as tantas canções tocar até enjoar, ou até outro amor roubar para si, a canção que um dia embalou nossos passos.
Porque amores serão sempre amáveis e futuros amantes, quiçá, se amarão sem saber, com o amor que um dia escapou pelos nossos dedos.


Mariano Sá.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Vida que, ainda bem, segue... (Sobre Salgueiro e coisa e tal)


Vida que vale pouco, quase nada. Vale uma bala perdida, infortúnio de quem a encontrou.
Ou a intencional, com mira e alvo. Sabe-se lá.
Vale tumulto e correria, vida surpresa. Não corro dela, digo da vida, as surpresas que vêm ao encontro.

- Corre lá que é conhecido!

Aí muda tudo. É conhecido!
O fato de ser um conhecido choca não apenas pela afinidade que se tem.
O fato de ser um conhecido, choca, ainda mais, por ser tapa na cara da vida real.

Como se a vida te sacolejasse gritando: tá vendo, as coisas acontecem, também, com a gente.

Baita choque, Jorginho!  me vi ali, deitado, com a mesma camisa amarela  que usava na fatídica noite. Afinal, podia ser eu. Podia ser qualquer um. Desconhecido ou, mais grave, não.

Na verdade, contradizendo-me com as primeiras linhas, a vida vale muito!
Vale para quem a valoriza.

Quem não dar valor a vida, é quem tem coragem de tirá-la por motivo fútil.

Porque vida não vale só a nossa. Preocupa-se também com a alheia. Isso é Divinis Legis.
Amai ao próximo como a ti – mandamento difícil, senhor, muito difícil.

Noite, festa, cenário perfeito para, pasme, confusão! Não, gente. Tá errado.
Pra quê, moço, pobre moço, sair de casa armado?

Repudio sim, o ato. Não por ser um conhecido, mas pela vida que estava em jogo, que podia ser a minha ou a sua.

Bala, só Halls, ok?!

Xinguem-se, esculhambem-se, bota a mãe no meio, mas deixa a vida seguir numa boa.
Sem sangue, sem mágoas, com pedidos de desculpa quando a cabeça esfriar, igual fazemos quando a pelada acaba, e aquele “VTNC” vira um abraço e aperto de mão já com sorriso dizendo: mal aí, parceiro!

Graças a Deus, vida que segue.

Segue firme Jorginho, Jorjão, Diego e família.

Passou, passou, foi só um susto...

Sincero abraço,


Mariano Sá.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vazio



Bato as mãos nos bolsos da calça, confiro: carteira, ok; chaves, celular, sorine. Tudo aqui.

Saio, fecho a porta e volto. Olho no quarto, procuro, não acho. Peguei tudo.

Entro no carro, olho debaixo dos bancos, porta-luvas, tá tudo aqui.

Chego no trabalho, verifico agenda, atas, pautas, pendências, até estas continuam por aqui, tudo aqui.

Mas carrego, ultimamente, com constância, a angustiante sensação de que esqueci algo.

Não sei onde, não sei o quê.

Mas creio que é algo que não cabe no bolso da calça.

Caiba, talvez, debaixo do bolso da minha camisa de botão.



Mariano Sá. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Desolado amigo


E lá vem você com esse delírio Olavobilaquiano de ouvir estrelas novamente.
Ora direis: - tresloucado amigo, perdeste o senso. Pobre homem de paixonite aguda.
Aos pés daquela novamente, ingrata mulher, que machuca além da alma.

Caro amigo murcho, sem um pingo de amor próprio. Não se ama, sem amar a si, inocente!
É jogar com menos um, é começar perdendo, é dar demais e receber a menor.
Nem se atreva a cortejá-la. Cada elogio teu, aumenta o abuso dela. Eu avisei!

Sensibilidade demais, virilidade de menos. Perdeu, play!  Elas querem a dosagem exata das duas coisas.
Afoga na danada da cerveja, dá menos dor de cabeça no outro dia - ressaca moral desgraçada do não correspondido amor. 

Eu avisei: vá devagar.

Foste nocauteado porque baixaste a guarda. Eu sei, eu sei, acontece. Mas reincidiste pela centésima vez. Te apetece sofrer, creio eu.

Vá lá, no décimo oitavo andar, de joelhos pelas escadas, como quem paga promessa, pedir perdão, pelo mal que ela te fez.

Ama teu time, menino. Dá mais futuro. Ama as quartas e domingos, pela TV ou arquibancada.

Que amar a quem não te ama, não dá em nada.

No mais, força, man! Força e uísque caubói!

Mariano Sá.






terça-feira, 13 de maio de 2014

Feliz dia das mães

(Eu e minha mãe, Fátima Sá)

Vive reclamando. Diz que ligo pouco, visito pouco e pouco me importo.

Do bordão do ano, te digo, mãe: Sabe de nada, inocente.

Nunca morei longe do teu acalanto até aquele 22 de outubro do ano passado, seria um divisor de águas para nós. Se estava na hora, não sei, nunca serei homem suficiente para viver longe de você. Nunca!

Lembro-me perfeitamente da sua cara de quem não estava nem aí, como quem queria me encorajar. Ao contrário de titia, que chorava feito criança, a cada peça de roupa que me ajudava a dobrar e pôr na mala. Era a primeira vez que saíra de casa. Aos 27 anos. Engraçado que nem ia para um lugar tão longe assim. Assim pensamos.

Eu dizia: “Salgueiro é bem aqui, virei todo final de semana”.

As lágrimas que segurei na frente das duas, molharam minha gravata durante quase todo o percurso. Próximo a Verdejante tive que me recompor, precisava chegar sorrindo no 1º dia do new job.

Sim, nós somos dramáticos. Mal de família.

Foi aí que percebi, que distância não se trata apenas de quilometragem. A distância começa logo cedo, de manhãzinha, quando acordo apenas com o despertador do celular, e não a sua voz que, por vezes, julguei tão irritante quando atrapalhava meu sono, e por ora faz uma falta danada. “Acorda Ninho!”

O despertador me dá mais que cinco minutos, a senhora não dava trégua. Devo minha educação à falta dessa trégua. A frase que mais ouvi por grande parte da minha vida, foi proferida pela senhora, sempre de manhã: “Mariano, acorda para aula!”

A distância se perpetua nas refeições diárias, sem teu tempero, sem tua presença na mesma mesa, isso é longe, mãe, muito longe.

Como tatuou em sua pele, uma querida amiga lá de São José do Belmonte, que hoje reside na terra do Tio Sam (longe da mãe): “there is no place like home” – não há lugar como nossa casa. A propósito, kisses for you, little big girl, Luíza Tiné. 
Hei de concordar com os dizeres da sua belíssima tatuagem, de fato não há.

No entanto, o referido lar, não tem nada a ver com logradouro. Dispensamos o CEP, rua, praça, São José do Belmonte. O verdadeiro lar é onde estão os nossos, onde habita o amor-mor materno, seja na Boa Vista, seja lá debaixo da Pedra do Reino, Dona Maristela quem dita daí, dona Fátima de cá.

À la Camargos: eu sei que ela nunca compreendeu os meu motivos de sair de lá, mas ela sabe que depois que cresce o filho cria asas.

Pois é, minha mãe, asas. Eu estou aqui tentando ser alguém, e ao mesmo tempo cuidando para nunca deixar de ser quem eu sou. Manter a essência da tua criação é manter o melhor de mim. Eu serei sempre a extensão da aba da tua saia, que te representa onde estiver, agindo com cautela para nunca te envergonhar.

Tardei a me apartar, diferente dos meu primos, do melhor amigo, de Marise, pessoas que saíram de casa ainda na adolescência, aprenderam antes de mim a lhe dar com a saudade, com a independência forçada, com o desapego que se faz necessário.

É preciso se acostumar com a saudade, pois um dia é só o que restará. Eu sei, já me roubaram alguém e um homem roubado nunca se engana.

Hoje passei o dia contigo, provavelmente não nos veremos nas próximas duas semanas, e eu vou esperar pra daqui uns quinze dias, trazer a roupa que ampara meu suor na labuta, para a senhora afaga-la com afeto e sabão em pó.

Vá desculpando a ausência, mas pode ter certeza que a qualquer momento seu telefone irá tocar, sou eu precisando de um conselho, da bênção, ou de uma grana a mais, caso me falte.

Findo com o clichê mais usado no mundo, igual escrevi na cartinha do colégio um dia:

“Mamãe eu te amo! Você é a melhor mãe do mundo!” 

Feliz dia das mães para senhora, para titia, para vovó e todas as mães.

Pois filhos nem sempre são únicos, como eu, mas mãe sempre é.

Do teu único filho,


Mariano Sá. 

Foi amor e tu nem viu.

(Recomendo o filme - Uma verdadeira história de um amor que não durou para sempre)


Falando em amores, caro Chico, estes serão sempre amáveis, bem dito em futuros amantes.
Preocupante os que subestimam suas próprias histórias amorosas.

Amor não tem roteiro, não segue um caminho traçado, não é taxativo. Não, obrigatoriamente, namora, noiva e casa. Amor é mais amplo. 

Está em cada história em que, de fato, fez seu coração acelerar.

Não é a especulação de se viver uma história de amor que frustra a história em si. Se ama quando ama, no ato, no sarro na praça, no beijo caliente, na noite sem dormir pensando no ser amado.

Amor é o que dele é feito, vivido, aproveitado e absorvido. É o que você tira do amor.
Amor nem sempre tem bodas. É preciso entender isso, para perceber que já viveu uma história de amor, mesmo quando se acha que não viveu.

Não se iluda com os contos de fadas, Alice. Puseram isso na sua cabeça e você acha que amor é aquele que vai até montar uma família, cachorro e casa de praia. Pare, véi! Na moral!

Amor foi aquele lá, que durou 15 dias, intenso e bem vivido. Que deixou saudades, apalpou o coração, além dos seios, e marcou. Pronto! Tá aí sua história de amor que a Bela Adormecida nem viveu.

Não, não quero banalizar o amor. Pelo contrário, quero elevá-lo e desvinculá-lo do clichê criado nas histórias infantis. Porque amor nem sempre vai de “era uma vez” usque “felizes para sempre”.

Do fim, Alice, ninguém escapa. Levarão seu amor pelos braços, nem que seja a morte.
Portanto, little mermaid, valorize suas histórias amorosas, as encare como histórias de amor, se de fato houve amor, sem precisar filhos, sem precisar ser Paulo Goulart e Nicette Bruno, apenas sua alma, coração e a pessoa amada.

No mais, pode desconsiderar esse texto, porque à la Sergio Vaz, digo cá: “Amar me parece coisa de profissional, e não para amadores como eu”.


Mariano Sá


É que eu não confio num homem que não bebe

(Cena do filme E aí, comeu?)


Lembro-me bem, no dia que uma grande amiga chegou para me contar do seu novo "boyzinho".

"Mari, to quase namorando! Ele é muito gente boa, estudioso, trabalhador, educado, gentil, cavalheiro, não bebe..."

Parou! Disse-lhe puto. Que merda é essa? Indaguei mais puto ainda.

Não bebe? Quem disse que isso é qualidade para um homem, menina?

Antes de ler o restante, entenda. Se você tem problemas com a bebida, se ela te torna alguém pior, se ela realmente faz muito mal a sua saúde,  não se inclua nesta singela teoria de alguém que acredita que a bebida é um bem para a humanidade.


Voltando a minha ingênua amiga...

Veja bem, querida. Um homem que não bebe, não bebe nunca, nem um golinho, não é passível de confiança.
Àquele que não desfruta de uma embriaguez, poderá ser, por toda vida, um tremendo dissimulado.
E nunca irás descobrir, de vero, o que está por traz daquele indivíduo.

O homem que bebe, num momento de vulnerabilidade, num descuido da embriaguez, numa centelha que solta as emoções misturadas ao álcool, irá se revelar. Mostrar a cara limpa, mostrar do que realmente é capaz. Se é cavalheiro ou um grosseiro. Homem ou rato. Amigo ou filho da puta.

Eu, graças a Deus, tenho os melhores amigos que a vida pôde oferecer. E venho acumulando mais. Venham, nobres, se cheguem que tem sempre um copo a mais
nessa mesa farta de boemia, carinho e cerveja.

Meus melhores amigos, os que são verdadeiros irmãos, todos bebem. "De cum força!" a gente não alisa não. No entanto, continuamos os mesmos. Só que bêbados, claro.

Muito suspeito, Jesus, suprema santidade, transformar água em vinho.

Ora, cara amiga, bebida é um lubrificante social. Encoraja os homens, desinibe as mulheres e desmascara mascarados. Isso antes de Cristo, viu?
Faz teeempo!

Das grandes amizades que tenho, boa parte fiz bebendo e/ou jogando bola, e uma coisa acaba levando a outra.

Vovô tomou uma, papai também, e cá estou eu, dando continuidade a esta herança etílica.

Vale ressaltar, que essa teoria, só vale para os homens. Mulheres não. São e serão sempre misteriosas, difícil de entender.

Homem é mais fácil, mais burro e tem uma relação afetiva com a bebida mais intensa.

Tem um cara aí, Thomas Quincey, que eu, sinceramente, não sei quem é (perdoem minha ignorância), que disse:

"É absurdo dizer, conforme a linguagem popular, que alguém se esconde na bebida; pelo contrário, a maioria esconde-se na sobriedade."
Não é mais óbvio?

A clássica de Vinicius de Morais, é certeira.
"O uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado."
Porque acaba por ser, de verdade.

Por isso, outro homem falou:
"Eu já tirei mais do álcool do que o álcool tirou de mim."
Isso, é saber beber.

Amiga minha, que seu próximo namorado beba, e bêbado demonstre o quanto te ama.

Nobres amigos, que não nos falte apetite. Brindemos à amizade, brindemos à própria cachaça, à casa, à vida, aos amores e à família.

Tem coisas que Freud só explica bêbado.

tim-tim. ;)


Mariano Sá 

Modos de Macho, Caro Xico!



É que homem é assim mesmo, tá ligado? E dê graças à Deus.

Preste bem atenção no seu namorado, boyzinho, teu macho, seja lá o que for,
repare bem se na praia ele dá uma espiada na bunda da morena mais charmosa, tatuada, desfilando na passarela coberta pelos guarda-sóis da barraca de Pezão em Boa Viagem, Recife. Para não perder o costume, o belisque, mas fique orgulhosa, menina.
Tu tem um cabra macho do teu lado. Depois ele sorri desconfiado e tasca um beijo na sua boca. Esse é teu homem, porra!

Aquele lá que te deixa possessa com uma mensagem que chega no celular à meia noite cheia de segredo.

Aquele filho da puta que vai jogar bola com os amigos e depois fica enchendo a cara de cerveja e se atrasa para o vosso encontro.

Porque homem é isso, no Brasil e talvez no mundo inteiro! Tem que fazer raiva. Pergunta a tua mãe as presepadas do teu pai, pergunta a vó de vô nos tempos dele, tudo igual!

Ele vai errar porque homem é burro, mas vai chorar seu perdão. Afinal ele te ama e "não vai mais fazer isso". Porque homem tem disso também, promessas não cumpridas e sempre renovadas.

Homem tem que ter um quê de cafajestagem senão num é homem, porra!

Homem tem que omitir algo quando te conta uma estória, O-MI-TIR, não é mentir, homem que não omite é meio homem.

Homem ama, talvez mais do que vocês, talvez mais do que demonstre, talvez mais de uma mulher.

Porque no fim tu sabe que ele é teu, lábio, tato e coração. Que fala baixinho com voz esquisita quando estão a sós.

Que diz que ama quando está bêbado, ou sóbrio, ou errado. Que se dedica, que obedece suas ordens domésticas, que leva tua vó ao médico e teu poodle pra tosa.

No fim, entenda:

este ou o próximo, o gordinho ou o sarado, bebe, talvez fume, tem amigos, precisa estar com eles,
dá uma espiadinha noutra gostosa, mente/omite e, se for dos bons, joga bola e bebe cerveja depois da pelada.

Homem é isso, se você tem um assim, siga o conselho de Chico Buarque,
"encaminhe pros céus uma prece e agradeça ao senhor, você tem o amor que merece!"


Mariano Sá.

Carpe diem


Aí me pego pensando num mói de coisas bacanas que, sempre em maioria, nos acontece corriqueiramente,
e nos meros dissabores que, embora ínfimos, ofuscam todo e qualquer brilho cativante das coisas massas que vivemos diariamente.
Simples, porém, boas.

Que ninguém conta quantas vezes sorri ao dia, ou ganha um bom dia, ou um foda-se ironizado por um amigo, tornando tudo mais engraçado.

Menos ainda nossas produções diárias, por mais improdutivas que sejam, inundam nossos pensamentos e, de alguma forma, mesmo que torta,
nos indicam a evolução. Porque viver tem um tanto de elipse, falta algo e sempre faltará, só pra nos fazer buscar. Eis o propósito.


Seja no bom dia - mau humorado - do colega ou no dane-se irônico do mesmo, há positividade que precisa ser capitada. Capte, man!

Capte o lado bom das coisas que se disfarçam de ruins. É preciso rir do motoqueiro que ultrapassa pela direita e levar a lição de que
aquilo não se faz, até porque, xingá-lo é muito clichê, pow! E tu num tá aí pra ser igual a todo mundo, né não?

Faça um brinde com o copinho de café no trabalho, abrace o balconista desconhecido, chame a vendedora de "amor", e sorria.
Com sorriso tudo é mais fácil. Vá agora no espelho e faça um pedido com um semblante sério, você não vai se convencer.
Pós feito, faça-o sorrindo, e verás a diferença.

Faça uma piada sem graça, essa sim, pode até ser clichê, pode ser aquela que se diz quando te oferecem um pavê, ou a do quem é Mário.
Não importa, leve o sorriso, espalhe o seu e busque o alheio.

E tá ligado aquela fofoca, a cara feia, birras e críticas? RELEVE! Caso você consiga, me diga comofaz.

Porque, sinceramente, eu não sou assim o tempo todo. Ninguém é, mas tentar faz diferença.
Ser bom o tempo todo é difícil, mas se esforçar não custa. Tente, você pode ser sempre melhor do que já é!


No mais eu vou aqui pegar um cafezinho, dar um beijo na careca do colega e tentar produzir e rir. =)

Mariano Sá.

25 de fevereiro de 2014 - 5 anos de namoro

(Esse blog nasceu em 2009, contando o início da nossa história. Em 2014 a história continua e o blog renasce.)


"Aê bonita, vai pa tu!" - Veja aqui.

à la Jorge du Peixe, naquele show da Nação, lá no Marco Zero, que  tu tava comigo.
A canção? Canta um desejo meu, pois, sei que em breve, para después de doismiliquinze, por certo, te darei um prato de flores, para em seu ventre florir, amada minha. Que isso me faz lembrar que eu sou meio caranguejo, e tu, risoflora (Risoflora - Chico Science) em meus braços, a caminho da maloca.
“Não vou dar mais bobeira dentro de um caritó.”

Voaram cinco anos, nem sempre na velocidade dum boeing 767, voou ultraleve também, asa delta, carcará, só sei que foi pelos céus, meu céu.

Por terra lembro como se fosse ontem, nosso amor novo que qualquer CDU/CAXANGÁ/BOA VIAGEM, proporcionava um encontro, naquela parada perto da tua casa. Meu amor ainda é assim, do mesmo jeito.

Esse amor que superou distâncias curtas e longas. De Boa Viagem à Boa Vista, um pulo. Mirandiba à Capital, Calumbi à tua casa, de lá à Rosa Silva, nas raras disputas entre o meu amor pelo Náutico e por você, que a gente conciliava na arquibancada do todos com a nota.

Venha a distância que vier, que a gente aguenta. Até tudo ser da sala pro quarto.
Que o que eu entendo por ser meu, é tudo que eu quero te dar, Adelaide, tão Marise, que canta Mombojó - não vai se arrepender. Adelaide - Mombojó
Mas ainda caranguejeio, e perdoe-me pelos caritós, pois, na verdade, sou pouco antenado e há lama além do mangue.

Meu amor ainda tem sabor de beijo com gosto de clorofórmio nas ladeiras de Olinda ou no Recife Antigo, ali ao lado da bolsa de valores, no show de Lenine.
Até porque, carnaval é nossa linha de partida, começou lá, praticamente lá, numa quarta cinza nem tão ingrata assim. Lembra?

Meu amor ainda é especialista em Lasanha de microondas pra matar a larica-do-amor. Tapioca na Sé, missa na igreja da pracinha de Boa Viagem seguida de Pastel, Caldinho do máximo, saideira em Mariinha, Zita, SALVE, ZITA!!
É preciso ilustrar com a imagem daquela esquina que ajudou a escrever tal história, com H. Te amo, Marise e Zita! =**

Foi Valdinho quem falou: - Primo, ela é uma ótima pessoa.
Eu sei, eu sei, primo. Valeu a força. Deu certo, visse?

Pra falar em cinco anos, tem que ser assim, bagunçado, vai e volta no texto, pra eu lembrar que sou caranguejo, Risoflora. Aproveitando, perdoe-me, mô, pelos caritós, minhas antenas estavam sujas de lama.

Porque qualquer coisa acelera meu coração, mas só tu, bem, só tu me acalma, tu não dói, é como morfina, ou um baseado pra Bob, ou pra mim, tanto faz. Mera analogia a paz que tu me traz.
Que eu preciso de você e só em ti eu consigo encontrar um caminho, um motivo, um lugar pra eu poder repousar (,) meu amor. Fingi na hora rir - Los Hermanos

Cinco anos, e Marcondinho disse que não ia passar daquela primeira semana santa. Puff! Ele já vai pra segunda graduação e nós aqui. Oh nós aqui, Hollywood. Hollywood - Los Hermanos

Lamento, caro Rossi, mas meu grande amor não casará, senão comigo (Garçom - Reginaldo Rossi). Dez por cento pagos ao garçom que bem servi-la ao meu lado, com ou sem velas, em Lulinha ou no Famiglia Giuliano.

Amor que superou as quatro temporadas de The O.C. num colchão no chão da sala ou encolhidos no sofá torcendo por Ryan e Marissa, Summer e Seth. Se tu pegasse no sono eu saía de fininho, olhando pra vê se tu acordava, tão linda, mirandibamente linda, oh yes, Belch, oh yes! Brasileiramente linda - Belchior

Sabe aquela que é todas as outras juntas num só ser de Lenine? (Todas elas juntas num só ser - Lenine) És mais que ela, baby! Porque nem Risoflora de Chico Science, nem Kátia Flávia de Fausto Fawcett, nem Anna Júlia do Los Hermanos, meu bem, nenhuma continua nos meus planos.

Caranguejando melado na lama, mal aí, chuchu, pelo caritó. Talvez me pegue de novo, mas só uma vez, uma vez só em toda a minha vida, ou talvez duas, mas não mais que três.

Nosso vinho barato tá guardado pra gente comemorar esse vinte e cinco de fevereiro tão raro. Que cinco anos não são cinco encontros. Cinco anos é preciso ter amor, amor. AMOR!

Dois mil e quinze vem aí, e já ouço Alceu cantar (Anunciação), anunciando tua chegada, tu vens, tu vens, num dia branco de Geraldo Azevedo, se branco ele for, né? Pode ser cinza igual aquela quarta, na chuva ou no sol, no sufoco ou no sossego (último romance - los hermanos), te espero, meu bem, te quiero mucho, pequena, do corpo meigo com veneno que Rossi cantou sem nem saber. (Mon amour, meu bem, ma femme)

Feliz cinco anos, minha amada, coração, amor-mor da minha vida, novinha, gatinha, tchutchuca, neném, meu bem... Te amo, viu? De novo. Desculpas os erros, perdoo os teus, vem pra mais cinco comigo, vem! Vem pra 10, pruma vida inteira, vem pra mim, pra nossa casa, pros nossos filhos, vem sorrir ou chorar aqui comigo, vem com miojo ou parmegiana, vem pro tudo ou nada, meu bem, que contigo já é tudo do mesmo jeito. 

Deixa eu advogar na tua causa, e, por favor, me mantenha magro, minha nutri.
Faz assim que eu faço um gol de bicicleta que nem na estreia pelo GDC. Faz assim que André, Gilsinho, Léo e Tonhão vão apoiar. Pergunta a Ruy se eu num te amo. Ele viu eu bebo dizendo. Pergunta aos filhos de tia Marlene. Pergunta a mãe, amor! Eu te amo!  Diz a ela, tia! Diz a ela, vó! Eu amo, e como amo você e eles! Mas hoje elejo e elogio só você.

Faça assim que eu vou cantar arranhando o violão daqui de casa, todos os dias, pra tu ouvir as canções que citei nessa crônica melosa em seu favor, toco tudinho pra tu ouvir, até enjoar, igual aquela música que quando eu gosto ouço quinhentas vezes seguidas no carro, muitas vezes vai de Mirandiba à Arcoverde no repeat do som, e tu lá, “curtindo”, só pra me agradar, e as vezes acaba se agradando, eu vejo nos oim do meu amor (Cordel do Fogo Encantado), Lirinha, fala de amor pra gente também, com teu cordel, misera! Faz macumba pra esse amor chover (Cordel do Fogo Encantado) mais, além da pedrinha (Cordel do Fogo Encantado)e do lajedo, em Cabrobó, Floresta ou Belém de São Francisco Poeira - Cordel do Fogo Encantado – terra da massa e desse amor banhado pelo Atlântico e pelo Pajeú com a bênção do São Francisco.

Tá aqui meu romance pernambucano, estampado nas manchetes dos jornais. Quem viveu um grande amor, feliz é ou foi. Yo soy! Valeu aí, gata. É nós! Eu e tu, juntinhos, sem caber de imaginar até o fim raiar. Morena - Los Hermanos

Amor tem que ser assim, não o primeiro, mas o último, talvez. Meu último romance que dure até virar conversa de botas batidas (los hermanos), velhinha gagá namorando no sofá (Te esperando - Luan Santana)  – até tu, Brutus! Que pra falar de amor tudo vale, e o meu, cabe em três vidas inteiras, numa penteadeira, cabe nós dois nessa oração (A banda mais bonita da cidade). Toca aí nessa vitrola, Pablo, que com ela eu danço tudo! Te amo, meu bebê! (Fui fiel - Pablo do Arrocha)

Com amor,

Mariano Sá.