Parece dezembro de um ano dourado, mas que nem teve tantos
quilates assim.
Mas todo tempo doura-se de aprendizado. Ano ladrão, que
tanta gente levou, tanta gente boa.
Amores, inclusive. Me levou e me trouxe o maior deles, o
mesmo. Ora, te amo!
Eu lembro 2012, ano-diamante, do mesmo amor ao meu lado. E
remeto a 2004, ano de perdas e saudades que herdo até hoje, mas glorificou-se em minha humilde história.
Dois mil e quatorze bagunçado do caralho, engraçado pra
caralho, duvidoso e decisivo. Lembrarei pouco, mas me lembrarão tantas vezes.
Dois mil e quatorze pode ir, pouco saudoso, mas filtro os
bons acontecimentos, os bons amigos que ganhei, nos poucos gols que fiz.
Creio ter sido - pós 93 - ludopedicamente falando, o ano que
menos joguei. Termino este pesado, contundido, mas mesmo assim, o futebol me
trouxe, como sempre, bons momentos, carcará, bons momentos.
Ano que mais convivi (e mesmo assim, nem tanto como devia)
com os do meu pai, com os da minha cor, com os que me remetem à minha maior
saudade.
Levo de ti, ano torto, boa lembrança eleitoral, levo de
volta o amor que, no fundo, nunca quis perder, os amigos de sempre e os novos
bem-vindos.
Há meses, ingrato ano, que nada escrevo, e isso me incomoda.
Quando pouco escrevo, sinto que vivo com pouca emoção. A despeito, isto é
irônico.
Deixar fluir um devaneio às quatro e tanta da matina, é que
faz a diferença etílica e emocional de um homem.
Só agradeço.
Anseio por momentos derradeiros deste tempo, que virão nesta
semana e não vejo a hora de ver os que me acompanham desde 91/92 talvez, melhor
amigo. É nós!
Ano confuso, maio invocado, junho perdido, julho
deslumbrado, agosto nem sei, setembro voou, outubro anuncia melhoras, novembro
já danço, dezembro esperança do ano que vem.
Eu amo o tempo. O que faço dele e o que Deus faz dele pra
mim. Parece bolero, Tom, Chico, Maria...
Deixa uma fotografia desse ano pra eu lembrar de vez em
quando. Não apaga tudo. Deixa um selfie de um jogo da copa, amarga copa.
Deixa um skol gelada na gaveta, porque no congelador pedra. Manda
um áudio dizendo que valeu e tá tudo certo, 2014, te devo nada.
Quero começar o novo ano de gravata florida, meu Deus do
céu, que gravata mais linda, caro Ben.
Dois mil e quinze matrimonial, findando outubro, um SIM
simbólico e eterno, se Deus permitir.
Que eu jogue mais bola e escreva mais. Tem gente que me
cobra. Que bom!!
Deixa um skol na gaveta pra quando eu chegar abrir os
caminhos.
Termino mais um ano com tudo que preciso, e se não preciso,
quero ter sempre: Karina Ana, Teresa, Marise e Fátima, bases douradas que me
levam ao topo do pódio, mas sem os brows aplaudindo embaixo, nada vale.
- Parem, parem! Não mereço, por ora, ovações.
Reza por mim, mãe! Rezarei por nós, por elas, por eles,
pelos meus e nossos. Meu escudo é minha hóstia!
Sol claro já por aqui...
Pai, afasta de mim o que não queres ao meu lado. Afasta
ainda, o que, mesmo que me satisfaça, não comungue com o nosso trato.
Preserva-me o amor, a família e os amigos. Preserva o timba,
a canhota a destra e a redonda.
Preserva o natal, a paz e a esperança.
Preserva a skol gelada na gaveta.
Feliz Natal e feliz ano novo, galera! Que em 2015 tudo se
ajeite, em nós, nos outros e no país, no mundo enfim.
Sim, sim, grato, ano velho. Esperançoso, ano novo.
Paz e amor!
Mariano Sá