sábado, 12 de fevereiro de 2011

Vai saber

Nem ansiedade, nem medo, angústia também não.
Nem mal, nem bom, nem nada. Nem aí!

Nem sono eu tenho, se tenho, nem sonho.
Nem som, aqui, só silêncio agora, por ora.

Nem tenho culpa, nem disse nada, nem fiz por mal
eu quero o bem, só o bem, só meu bem, o nosso também.

Nem venha, nem me culpe, não me aponte o dedo,
eu não tenho medo, mas dá raiva, às vezes dá.

Nem me dei tanto, aliás, me dei pouco, nem sei porque.
Nem sei o que vai acontecer daqui pra frente,
mas seja lá o que for, não mudarei, nada me mudará
nada interferirá na minha essência.

Que essência? O que me define? o que tenho, o que sou, o quê?

- Que nada, otário!

E o senhor, Deus, o quer de mim? O que guardas pra mim?

- Relaxa, filho!

E tu, Eu Lírico, o que achas?

- lirismo, meu caro. Lirismo!

Foco, foco, foco!! Qual meu foco? Perdi!

Perco o foco por ser plural, não singular, plural mesmo.
Sou amplo. Digo, ao menos quero ser. Quero ser amplo, eu tento,
mas isso tira meu foco.

Ai, pai. Queria um conselho teu!

Eu vou alí, tentar fazer algo de bom pra mim.
Eu vou além, porque, queira ou não, eu sou do bem!

Mariano Sá