terça-feira, 13 de maio de 2014

Quando perdi um primo-irmão


(Última foto que tiramos juntos. Uns 2 meses antes do acidente. Edvaldo o primeiro da esquerda para direita.)

Dois mil e doze ia bem, tudo muito certo, tudo muito bom, a paz e a felicidade andava abraçada conosco e foi assim até ontem. 

Algo aconteceu, talvez uma desordem na engrenagem do caos, um freio brusco da vida, um descuido do anjo da guarda. Talvez um error in persona, é, deve ter sido, levaram o cara errado por engano.
Perdi um primo, mais que isso, um irmão. Aqui nada que vou escrever é um clichê pós óbito ou coisa do tipo, no que adjetivar meu primo Valdinho, relacionado à alegria, ainda é ínfimo para o sentimento que ele transbordava. 

Era impossível, repito, impossível conversar cinco minutos com ele sem uma gargalhada, por mais sério que fosse o assunto. Meu primo viveu tanto em tão pouco tempo, que parece que sabia que sua vida seria curta, se divertiu e divertiu muita gente, muito a gente.
Sempre nos cumprimentávamos com um abraço e um beijo no rosto, e entre nós, eu e seus irmãos, tão meus irmãos, trasnsborda(va) carinho. Quantas vezes, bêbados ou não, nos abraçamos pra dizer “eu te amo, meu primo! Você é meu irmão!” E como sua companhia era agradável, como era bom te ter por perto, como você vai fazer falta, meu primo.
Você estava tão feliz porque comprou seu carro novo, e eu cá, tão feliz pelo êxito na OAB, e você tão feliz por mim e eu tão feliz por você, e tudo dando certo em nossas vidas, e agora eu me dou conta que vai faltar um copo americano naquela mesa de bar pra brindar com você, que o telefone não vai tocar para eu atender já rindo dizendo: “Coooonta, meu primo!”
Conta primo, me conta num sonho o que aconteceu, conta qual foi a curva que tu se perdeu e flutuou naquele abismo, num voo único e sem volta, levando todos os sonhos, arrasando nossos corações, deixando tanta saudade, deixando nosso time incompleto, um desfalque que não tem substituição, nem nunca terá!

Eu estou de coração partido, há pouco me dei conta que o fato de nunca mais te ver pessoalmente, digo, fisicamente, é uma realidade. Eu lembro desse sentimento de perda, e agora sinto novamente, nunca mais vi meu pai, mas Deus me proporcionou alguns poucos, mas lindos sonhos com ele, que pareciam encontros, e espero sonhar contigo, dar aquele velho abraço, dizer que te amo, que tu é meu irmão!
Hoje ergui teu caixão com a mesma mão que tanto apertou a tua, com a mesma força que estava a tua disposição, desses braços fracos, com esse ombro tão recíproco ao seu, para alegria ou tristeza, dos tantos consolos e abraços que demos durante os 25 anos que convivi contigo. 

Obrigado, meu primo! Parabéns por tua passagem honrosa pela terra, a láurea da alegria veio e foi com você. Que Deus conforte sua mãe, tão minha também, minha mãe de leite, querida tia Marlene, seus gritos ainda ecoam na minha cabeça, mas Deus há de confortá-la. 

Meus outros três primos, Ulisses, Erlon e Elder, eu não preciso dizer que contem comigo, pois vocês sabem com quem contar, sabem de cor. Tio Val, que Deus te dê a força necessária para amparar sua família.


Findo com a imagem de uma mensagem que Valdinho me enviou quando eu passei na 1ª fase da OAB. Sim, primo, estaremos juntos SEMPRE! Vai com Deus!

Um comentário:

  1. linda sua homenagem a este cara que nunca vai ser esquecido, edvaldo Saudade, este é o nome do sentimento que hoje, em meu coração, me faz lembrar de você.

    Já faz um bom tempo que não te vejo, mas rememorar os momentos dos quais pude compartilhar da tua presença é a motivação principal para que a saudade insista em trazer você à memória.

    A saudade é um tipo de sentimento que só é dado a se sentir à aqueles que viveram grandes experiências em suas vidas.

    A sua passagem pela minha vida foi assim, marcante e por isso, merece sempre ser lembrada.

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