terça-feira, 8 de julho de 2014

Brasil x Alemanha

(Escrevi ontem 07/07/2014, mas por problemas técnicos, postei hoje, ainda antes do jogo. Sim, levantei com os dois pés hoje!)



Só digo uma coisa: amanhã, melhor que levantar com o pé direito, é levantar com os dois pés!

Quase tudo que sei nessa vida sobre ganhos e perdas, aprendi com futebol.
Aprendi a perder, tarefa difícil diga-se de passagem, mas não a me entregar.
Vi e vivi quase de tudo no futebol, de lá da escolinha no Anchieta ao profissional do Íbis - exato, Íbis. De derrota eu entendo.

Mas só no futebol eu vi superações como nenhures.

Não vou falar em Ronaldo, essa é batida.
Vou falar de um colega do futsal, no infantil do Santa Cruz, um campeonato lá em Fortaleza.
Seu nome, Maradona, nome de craque e não à toa.

Era numa semi-final também, ano 2000, ginásio da AABB na capital Cearense.
No dia do jogo, nosso treinador, renomado treinador de Futsal em Pernambuco, Professor Ricardo Coutinho,  recebeu uma ligação às 5hs da manhã. A notícia não era boa. Mataram o pai de Maradona num bar, numa comunidade do subúrbio recifense.

Professor R.C., experiente que é, usou isso a nosso favor.
Lembro de algumas palavras, no final da preleção, já aos gritos e lágrimas:

"VAMOS JOGAR POR MARADONA, VAMOS TRANSFORMAR ESSA RAIVA EM VONTADE DENTRO DA QUADRA!"

"VAMOOOOOS!!!"

seguido de um Pai Nosso que ecoou naquele ginásio.

Eu perdi meu pai, e no fatídico dia eu mal tinha forças para me manter de pé.

Como te invejo, Maradona! Nem sei por onde andas, amigo. Acho que nem lembras de mim.

"Eu vou jogar, professor. Pode me botar, eu quero jogar!" Disse Maradona pouco antes do jogo.

Maradona entrou sim. Inclusive, ele era titular.

Era um jogo difícil, contra o Fluminense do RJ.

Jogo duro, e lembro que começamos perdendo. Mas Maradona estava endiabrado, ou melhor dizendo, "endeusado".
Não deu pros cariocas, não deu pra dor, não deu pra tristeza.
Eu vi ali, menino novo que era, de realidade diferente daquele colega, eu vi de perto, um exemplo de superação.
Um de muitos que eu vi só, e apenasmente - como diz Belchior - no futebol.

Vai soar clichê se eu disser que Maradona foi melhor em quadra, né?

É. Mas foi. Vencemos àquele, que até então, era o melhor time da competição.

Placar 3 x 2, Maradona fez 2 e o outro gol foi do nosso goleiro, Macaíba.

Ali na quadra, rezamos outro Pai Nosso, agradecendo a vitória e pela alma do pai do colega.

Perdemos a final, pro Juventus de São Paulo, mas meu exemplo acabou alí nas semi.

Jornal Hoje de hoje(ontem), falou em resiliência, termo da psicologia que fala da capacidade de uma pessoa superar obstáculos.

Brasileiro resiliente é pleonasmo, Globo.

Não há povo com tamanha capacidade no mundo - salvo os eunucos japoneses, Hiroshima. [brincadeira, pô]

Amanhã a Alemanha conhecerá seu Führer.

Neymar, Champs, um ex professor meu, promotor Thiago Godoy, que mataram aqui em PE, disse um dia: "Ninguém vence uma pessoa que tem um sonho!"

Ninguém vencerá seu sonho, tão nosso, de toda nação.

Ahora, decime como se siente, Argentina... caso passe das laranjeiras, verás teu papai que é gigante pela própria natureza, lançar  os filhos à luta, da qual nunca fugimos, pois, nascemos para jogar futebol, vocês para torcerem. Parabéns, mas o HEXA É NOSSO!

#hexaéluxo #rumoaohexa #pelémelhorquemaradona


Mariano Sá








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