sexta-feira, 16 de junho de 2017

Conto de um amor que foi mas voltou

Me ligou, dia desses, o brother desolado.

- Bia terminou comigo. Disse de cara.

- Porra, véi! E qual foi? Perguntei, né!

- Então, sei lá. Do nada. Saporra é doida. To fudido aqui.

Pior que já liguei pra ela umas dez vezes, as primeiras chamavam, agora nem isso. Acho que ela me bloqueou.

Até então não sabia se o brother queria um conselho ou queria desabafar, mas eu tava lá, pra um ou pra outro.

 - O que eu faço? Perguntou. Era conselho mesmo.

“Não pule de uma ponte!” Parecia o conselho mais cabível no momento.

Pedi pra ele parar de ligar, dá um tempo a ela. Deixar ela aspirar a responsabilidade de ter terminado uma relação, sem desmerecer a bravura da moça em tomar tal decisão, que, por muitas vezes é necessária.

Às vezes o relacionamento pode cansar, e parece que o amor saiu pra passear e não faz mais ronda por lá.
Falsa ilusão. A solidão é a mão que tira, do fundo do baú, o verdadeiro amor. “Ela vai voltar, negão! Tu vai ver” Falei mais por consolação, mas eu acreditava nisso sim.

Marcamos de tomar uma cerva pra conversar, mas, morando distante, dificulta o encontro, e o motivo perecerá, se bem que, assunto não falta com o irmão.

Andei acompanhando de longe, nas redes sociais, a vidinha dos dois. De longe ela estava bem melhor. Radiante. Bonita que só ela. Altos selfies na balada fazendo biquinho.

E o brother lá, farra meia boca, mesa de bar, selfie com o cachorro, parecia cantar aquela de mombojó “eu quero ver você dançar em cima de uma faca molhada de sangue enfiada no meu coração”. Tava foda!

Numa breve conversa pelo whats, falei pra ele: Segura a onda, que ela não vai aguentar esse ritmo muito tempo não. Vai pedir penico.

Já dizia Bruno e Marrone (Só Bruno mesmo que diz), “o frio da solidão não perdoa ninguém.” To ligado que na ressaca do domingo, ela sentia falta da companhia pro Netflix. Quem não sente? Eu to falando de um amor de verdade, namoraram anos. Se gostavam pra caralho.

O brother lá já deu suas vaciladas. Nunca perdeu o dom da cafajestagem, mas tinha devoção pela sua amada. Tava ruim das pernas. Cara de saudade da porra naquele selfie com filtro de cachorro do snap. “Puta que pariu, posta mais essas merdas não que nem ela, nem ninguém vai te querer mais.” Alertei num comentário in box.

Passei um tempão sem falar com ele. Mandei uma mensagem tem mais de uma semana: “ E aí?” Visualizou, não respondeu.

Vi ontem, ele postou um selfie na praia: Ele, cerveja, camarão e Bia!

Puts, feliz pra caralho. Precisa nem responder mais. Deu certo!

Ainda bem que toda história de amor é assim, tem idas e voltas.

Sejam felizes e cuidem-se.

Mariano.

PS: Não é Bia o nome verdadeiro.

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